Após um século, Maria perde o posto de nome mais popular em Minas

Maria se manteve firme na primeira colocação dos nomes mais populares de Minas Gerais por praticamente um século. Acabava década, realizavam-se novos censos e a alcunha preferida na hora do batismo dos mineiros era sempre a mesma. No entanto, o projeto Nome do Brasil, lançado nesta semana pelo IBGE, revelou que o reinado das Marias se encerrou – ao menos no Estado mineiro.

A derrocada começou na década de 1990, quando, da primeira posição disparada, com 57 mil ocorrências, Maria despencou para a sexta posição, com “apenas” 30 mil lembranças. Na frente dela, ficaram Ana (65 mil), Lucas (58 mil), João (39 mil), Jessica (38 mil) – o projeto não diferencia os nomes com ou sem acento – e Rafael (34 mil).

A década de 2000 chegou para confirmar: Maria realmente não está mais liderando a preferência dos mineiros. Ao mesmo tempo, o nome continua com um espaço especial no coração de quem registra o filho no Estado mineiro. Depois de amargar a sexta colocação, Maria subiu para a vice-liderança, com 108 mil aparições. A década passada também serviu para confirmar o atual favoritismo de Ana – o nome se manteve em primeiro, com 117 mil novas Anas nascidas em Minas.

Essa e outras constatações divertidas podem ser feitas no site Nomes no Brasil, do IBGE. Lá, é possível constatar que, apesar de perder espaço em Minas, Maria continua sendo o nome mais usado pelos brasileiros na década de 2000, com 1,1 milhão de batismos. Entre os homens, João ocupa a liderança no país, com 794 mil aparições na última década. Se consideradas todas as décadas desde quando começou o censo no Brasil, Maria (11,7 milhões) e José (5,7 milhões) são os campeões de preferência.

O estudo permite ainda identificar nomes comuns até a década de 1930 que caíram em desuso nos anos 2000. O nome Alzira, que antes de 1930 aparecia 8.132 vezes, só apareceu 288 vezes nos anos 2000. Para o sexo masculino, Oswaldo aparecia 1.335 vezes até 1930, caindo para uma frequência de 235 registros nos anos 2000. Outros nomes como Geralda, Severina, Avelino e Waldemar apresentaram comportamento semelhante.

Já em relação à década de 1950, deixaram de ser utilizados nomes como Terezinha, que caiu de 84.879 para 768 registros nos anos 2000; e Neusa, que aparecia 36.327 vezes na década de 1950 e caiu para 243 registros nos anos 2000. Para os homens, caíram em desuso os nomes Benedito, que possuía 54.451 registros nos anos 1950 e caiu para uma frequência de 2.560 nos anos 2000; e Severino, que passou de 39.475 na década de 1950 para 1.373 nos anos 2000.

Por outro lado, ganharam popularidade nos anos 2000 nomes como Caua, Rian, Enzo, Kailane e Sophia. Em relação à década anterior, foram registradas 81.184 pessoas a mais com o nome Caua; 69.347 pessoas a mais com o nome Rian; 41.968 registros a mais para Enzo; 22.420 para Kailane e 19.226 para Sophia.

É interessante observar o comportamento de nomes de pessoas famosas e personagens que marcaram época. O nome Dara, por exemplo, personagem de uma novela nos anos 1990, cresceu 4.592% nessa década. Nos anos 2000, o nome Caua cresceu 3.924%, provavelmente influenciado por um ator famoso. Dentre os esportistas, o nome Romario explodiu na década de 1980, quando cresceu 402%, aumentando, ainda, 278% na década de 1990. Ayrton foi bastante utilizado na década de 1990, crescendo 269% nesse período. Zico teve seu auge de registros nos anos 1980, quando nomeou 300 pessoas. Já o nome Pele apresentou 35 registros nos anos 1960, aparecendo ainda nas décadas de 1970 e 1980.

Informações sobre o projeto:

As informações disponibilizadas estão organizadas por sexo, para Brasil, unidades da federação e municípios. O levantamento também aponta os nomes mais frequentes até 1929 e por década de nascimento a partir de 1930, possibilitando identificar nomes que entraram e saíram de moda e aqueles que aparecem de maneira mais constante.

O projeto Nomes no Brasil tem por base as listas de moradores dos domicílios em 31 de julho de 2010, data de referência do Censo 2010. Foram registrados obrigatoriamente o primeiro nome e o último sobrenome de todos os moradores do domicílio e, havendo mais de um morador com primeiro e último nomes iguais, foram registrados os outros nomes que permitissem distingui-los.

As formas variantes dos nomes foram contabilizadas distintamente, conforme registradas na lista de moradores do domicílio no momento da coleta do questionário. Desse modo, nomes como Ana ou Anna, Ian ou Yan, Luis ou Luiz, entre outros, foram considerados isoladamente, com a grafia original da coleta. Também não foram previstos sinais como acentos, cedilha, trema e til (por isso os nomes citados estão sem esses acentos).

No projeto são apresentados somente os nomes que apareçam 20 vezes ou mais para o total Brasil. Para unidade da federação se exige uma frequência de ao menos 15 nomes iguais e, para os municípios, se exige uma frequência de ao menos 10 nomes. Por esta razão, o total do Brasil para alguns nomes pode não ser igual à soma das unidades da federação, assim como o total das unidades da federação de alguns nomes pode não ser igual à soma de seus municípios.

Com IBGE

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