Prisão da jornalista foi ato arbitrário, diz presidente da Rádio Inconfidência; veja vídeo da detenção

Reprodução/Brigadas Populares

A Rádio Inconfidência e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais repudiaram, na tarde desta segunda-feira (20), a prisão da repórter Verônica Pimenta, detida enquanto cobria operação da Polícia Militar de Minas Grais (PMMG) na região de Venda Nova, em Belo Horizonte.

Os presidentes da rádio e do sindicato avaliaram o ato como “arbitrário”, configurando-se em uma “tentativa de cercear o trabalho da imprensa”.

Segundo o porta-voz da PM, capitão Flavio Santiago, a jornalista teria sido detida após ter desobedecido a ordem das autoridades de deixar o local cercado pelos policiais — o perímetro imediato. Ela foi ouvida pela polícia na 1° Delegacia de Polícia de Venda Nova, sob as acusações de desobediência e desacato à autoridade.

Veja o vídeo do momento da prisão, registrado por membros da Brigadas Populares:

A Bhaz conversou com o presidente da Rádio Inconfidência, Flávio Henrique Alves, que condenou a atuação da PM. “Ela foi presa no exercício da profissão. Verônica é uma jornalista extremamente experiente, que sabe lidar com esse tipo de cobertura. Por isso muito me estranha essa prisão; sem dúvida, um ato arbitrário da polícia”, declara.

Flávio Henrique Alves relatou ainda ter mobilizado a equipe jurídica da Rádio Inconfidência a qual teria sido impedida de acompanhar o depoimento da jornalista. “Mais um ato arbitrário. Nem a equipe da rádio nem a advogada do sindicato dos jornalistas tiveram permissão de acompanhar a Verônica”, lamenta.

Roger Victor/PBH
Roger Victor/PBH

Em nota publicada no Facebook, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Kerison Lopes, reportou que a própria ouvidoria do PM foi impedida de acompanhar o depoimento.

“Estamos na Delegacia de Polícia acompanhando a repórter Verônica Pimenta, que foi presa por PMs na Ocupação Maria Vitória. Ela está sendo acusada de desobediência e desacato à autoridade. Eu e o ouvidor da Polícia Militar, Paulo Alckimim, fomos impedidos de acompanhar o depoimento. As arbitrariedades não têm limites”, escreve.

Procurado pela Bhaz, o porta-voz da PM, capitão Flavio Santiago, rebateu as alegações, dizendo que a prisão foi legítima, visando à segurança dos profissionais de imprensa. “Dezenas de jornalistas estavam postos na área de segurança delimitada pela PM, somente a jornalista detida estava descumprindo as orientações”, relata.

“Somente após reiterados pedidos para que ela deixasse o local, não tendo sido obedecido, realizamos a prisão”, afirma.

Balanço 

Conforme noticiado pela Bhaz na manhã desta segunda-feira, a Polícia Militar cumpre, desde às 7h, mandado de reintegração de posse em dois terrenos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), localizados no bairro Copacabana, região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Os terrenos estavam ocupados há mais de um ano por cerca de 200 famílias das ocupações Maria Vitória e Maria Guerreira.

Na fase final da operação, a administração municipal registrou o encaminhamento de três pessoas para o Abrigo São Paulo, do Conselho Metropolitano de Belo Horizonte; e 126 para os respectivos locais de origem (Betim, Vespasiano, Ribeirão das Neves e Contagem) e casas de familiares.

 

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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