Nessa terça-feira (21), a praça Sete de Setembro ficou repleta de skatistas em comemoração ao Dia Mundial do Skate. O evento, chamado “Go Skate Day”, acontece nessa data em várias cidades pelo mundo. Em Belo Horizonte, a comemoração reuniu centenas de praticantes na Praça Sete, no Centro da capital. O local já é comumente frequentado pelos skateboarders, visto que não há outro espaço na área central que atenda às demandas do esporte.
A concentração foi feita às 20h, próximo ao Pirulito da Praça Sete. De lá, os participantes fizeram uma “skateata” – espécie de passeata sobre rodinhas – até a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH). Apesar do curto trajeto, as pistas da avenida Afonso Pena foram tomadas pelos praticantes até o destino final. Segundo os organizadores, a celebração atraiu cerca de mil pessoas para o local, entre skatistas e simpatizantes do movimento. Além de passeata, os esportistas realizaram competições de manobras e campanha para recolhimento de agasalhos – que serão doados aos moradores de rua da capital.
Segundo Alexandre Grilo, integrante da G7 Crew, coletivo responsável pela organização, muitas pessoas contribuíram para a execução do evento. Inclusive marcas e lojas que atuam na área. “A galera fechou com a gente, incentivou. Doaram vários prêmios para as competições”, contou. Para o êxito do evento, Grilo diz que o essencial é a participação dos skatistas. “O evento é composto principalmente de uma boa quantidade de pessoas, uma boa quantidade de skate e uma boa quantidade de manobras”, brincou.
Foram realizadas três competições chamadas de “best trick”, que consiste na realização da melhor manobra. Elas foram divididas em três categorias: Disputa feminina, manobras no palco e gap, que é o salto. Os vencedores ganharam prêmios como shapes, rodas, camisas e tênis. De acordo com o skatista de 26 anos, o número de participantes na celebração foi acima do esperado “O evento me surpreendeu! Porque, pra mim, o skate na cidade estava morrendo”.
A falta de espaço
Um dos problemas do skateboard em Belo Horizonte é a falta de locais apropriados para a prática. O skatista afirma que o ideal seria uma “skate plaza”, um espaço que funcionaria exclusivamente para a atividade. Segundo Grilo, desde a reforma da Praça Sete, há 12 anos, os skatistas aguardam a construção de um local próprio para o esporte. “A Praça Sete era o único local que tinha, só que quando ela foi reformada, a polícia corria atrás de nós, batia e até tomava os skates. Desde então, a gente reinvidica”.
Diante da demanda dos skatistas, em 2013 a PBH aprovou o projeto de construção de uma pista embaixo do Viaduto Santa Tereza, formando no espaço o “Circuito de Esportes Radicais”. No entanto, a obra foi abortada. Segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), houve a paralisação pela necessidade de fazer uma reprogramação de planilhas. A previsão era de que a obra fosse finalizada no 1º semestre de 2016. Como o prazo não foi cumprido, está previsto que as obras retornem no 2º semestre desse ano.
“A reprogramação do cronograma de execução da obra da implantação do Circuito de Esportes Radicais Santa Tereza e Recuperação Estrutural do Viaduto para o 2º semestre de 2016 ocorreu em virtude da elaboração de um projeto de iluminação para a parte superior do tabuleiro e da necessidade de se estender o tempo para a recuperação do guarda-corpo e dos passeios”. Além disso, a Sudecap afirma que falta a liberação da Vale para executar alguns serviços de recuperação em uma área que pertence à empresa.
Apesar da licitação estar em andamento, o projeto ainda não atende às necessidades dos skatistas, afirma Alexandre. “A obra não está sendo feita mais pro skate. Não se encaixa à demanda. Não é um lugar feito para nós, é um lugar que estão fazendo pelos ‘côcos'”.
