Distrito do Brooklyn, Nova Iorque, década de 70. Eis uns dos locais onde o hip hop foi cultivado após o seu surgimento no Bronx. O movimento, que começou como um estilo musical, expandiu-se para outras áreas, como a dança e o grafite, e fortificou-se a ponto de alcançar seguidores nos cinco continentes do planeta. Inclusive em Belo Horizonte, onde, há três anos, acontece um festival voltado ao movimento hip hop e que é intitulado com o nome do distrito: o Brooklyn Fest.
A festa, que acontece cerca de quatro vezes ao ano, propõe e promove a valorização da cultura hip hop na capital mineira. A entrada é gratuita e abraça desde os que já vivenciam a cultura hip hop aos que ainda não têm acesso ao movimento. Ao todo, são 12 horas de evento – a próxima edição está programada para o dia 13 deste mês. A programação inicia-se às 10h da manhã e segue até as 10h da noite. Entre as atrações há aulões de dança, batalhas all styles, pocket show, roda de conversa e expositores.
Quem assina a organização do evento é o Brooklyn Soul, grupo de danças urbanas que atua há 10 anos no cenário do hip hop na capital. Já o Brooklyn Fest, atualmente em sua 11ª edição, começou de maneira informal. Segundo Helder Fontes, integrante do grupo, a ideia surgiu por meio da união de alguns amigos que combinaram um treino coletivo. Entretanto, o que era para reunir 12 pessoas, atraiu cerca de 50 interessados em praticar as danças urbanas. “A dança te abre uma caixa de contatos“, explica Lola Peroni, dançarina há treze anos.
Desde então, o evento vem crescendo. Nas últimas edições, a média de público foi de mais de 300 participantes, atraindo inclusive pessoas de fora da cidade. Por esse motivo, a equipe de organização tem se dedicado a fazer com que o Brooklyn Fest se torne referência no país em eventos relacionados ao cenário hip hop, com o foco nas danças urbanas.
Henrique Lana, dançarino há dez anos, acredita que o evento funciona como um imã para a união de pessoas que têm interesses em comum e garante que a festa promove grande interação entre o público. Além disso, ele afirma que a dança, apesar de desvalorizada, pode proporcionar grandes experiências. “Eu joguei bola a minha vida inteira e nunca saí de Minas. Com a dança, eu já fui em São Paulo quatro vezes, em Curitiba, duas, em Joinville, uma, no Rio de Janeiro, duas, tudo em prol da dança“.
Atualmente, no Brasil, são realizados alguns eventos de danças urbanas que têm destaque internacional, como o Rio H2k. No entanto, a capitalização de verbas para realizar um evento de grande porte depende do reconhecimento do público. “É um local de encontro enriquecedor para qualquer tipo de pessoa, por troca de informação, por conhecimento“, afirma Lana.
Entretanto, mesmo com o foco na expansão, o grupo afirma que a gratuidade do evento é algo incontestável. “As portas do evento são abertas“, garante Lola. Dessa forma, a produção acaba não tendo nenhum tipo de lucro na realização da festa. “Não é só pelo dinheiro ou pelo reconhecimento, é muito pelo amor“, garante Henrique.
Grande parte do público do Brooklyn Fest é composta por dançarinos. Os participantes que se inscrevem para as batalhas concorrem à premiação em dinheiro. No entanto, a diversão não se limita a eles, todos são convidados a dançar. O evento é feito de muita música e gente animada.
Os interessados em participar do festival podem conferir a programação completa dessa edição através do evento no Facebook.
Confira abaixo os melhores momentos da última edição:
