Natural de Pará de Minas, na região Centro-Oeste do Estado, a médica Julia Rocha se transformou em uma das personalidades mais comentadas das redes sociais nos últimos dias.
Ela ganhou visibilidade entre os mineiros ao participar da última edição do The Voice, da Globo. Mas, é na web onde a mulher de 32 anos mais chama a atenção, já que consegue agregar as diferentes facetas e talentos sob os olhos atentos dos fãs e seguidores. A mineira faz declarações fortes, exibe posicionamentos em defesa de minorias e demonstra ter nascido também para cantar.
Uma publicação escrita por Júlia no Facebook, no último dia 29, alcançou mais de 70 mil compartilhamentos e 150 mil reações. No texto, ela “respondeu” à polêmica causada por um colega de profissão. O médico Guilherme Capel Pasqua postou uma foto debochando de um paciente que não sabia pronunciar as palavras pneumonia e raio-x. Ele foi demitido do Hospital Santa Rosa de Lima, em Serra Negra, no interior de São Paulo, junto com outras duas funcionárias, após a repercussão do caso.
Veja a foto polêmica de Guilherme e o incrível comentário escrito por Júlia:
A popularidade de Júlia, e a resposta à “peleumonia” – que emocionou a milhares de internautas, no entanto, também fizeram com que ela fosse alvo de ataques racistas. Um médico do Rio Grande do Sul publicou uma mensagem na qual a chamou de “bandida petista”, “entidade” e de “aberração”.
“Essa ‘entidade’ da foto se apresenta ao mesmo tempo como médica especialista em medicina da família e comunidade, preceptora de residentes e cantora e continua ‘foi ela quem atacou o guri que fez a postagem sobre ‘PELEUMONIA’ e perdeu o emprego na Santa Casa. Conheço o tipo. Esse é o tipo de gente que sai escrevendo que ‘agora é a vez da senzala’ e ‘a casa grande não admite’. Essa aberração NÃO é medica, nem preceptora, nem cantora, nem p.. nenhuma – é bandida petista!”, escreveu.
A ação do médico, que também já xingou a presidente Dilma com palavras de baixo calão, em uma postagem de 2014, repercutiu e tem gerado revolta. Por meio do Facebook, Julia divulgou uma mensagem na qual explica que não iria comentar o assunto, mas que voltou atrás por estar grávida. Ela contou, em seguida, que a publicação foi apagada pela própria rede social, mas que as providências legais já estão sendo tomadas contra o colega de profissão responsável pelos ataques.
Além de Júlia, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade também se posicionou contra a atitude de Milton Pires. Em nota, o órgão diz repudiar todas as formas de preconceito. “Acreditamos que todas as pessoas devem ser respeitadas independente do credo religioso, cor ou sexo”, diz um trecho do texto (clique aqui para ler na integra).
A mobilização ainda conta com o auxílio de usuários do Facebook, que têm publicado mensagens na página da Prefeitura de Porto Alegre pedindo o afastamento do médico agressor e um posicionamento em relação à atitude dele, já que o mesmo é funcionário público na cidade. O órgão não se manifestou até o fechamento desta matéria.
Vale lembrar que cometer racismo ou injúria racial contra alguém é crime no Brasil. A injúria racial consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem e o crime de racismo atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça. Ao contrário da injúria racial, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível. Clique aqui para saber mais.
