[Bhaz nas Eleições 2016] Entrevista Délio Malheiros

Confira a transcrição do que falou Délio Malheiros (PSD) nas Entrevistas Bhaz dos Candidatos à PBH 2016.

Thiago Ricci – A gente conversou com o Robson Sávio, professor da PUC Minas e integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Recentemente, a Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais divulgou um estudo mostrando que o índice de homicídios de Belo Horizonte diminuiu bastante de 2004 para 2014. O professor disse que esse estudo pegou um pico em 2004 e, por isso, teve essa queda tão grande. O índice de homicídios continua ainda superior a 30 por 100 mil habitantes, o que é considerado uma epidemia pela OMS. Então ele é um pouco pessimista. Apesar da queda, ele ainda acha que é preciso ter muito avanço na área de segurança. Na visão dele, é preciso reativar os núcleos do Fica Vivo e ter uma maior interação com os órgãos de Estado, a Polícia Civil e a Polícia Militar. Queria saber do senhor qual é sua proposta dentro do âmbito municipal para diminuir essa epidemia?

Délio Malheiros – A questão da violência envolve todas as cidades brasileiras. Envolve, especialmente, neste momento de crise. O problema da violência não é só em relação aos delinquentes, que a gente já sabe que frequentam os piores lugares, que praticam crimes. Mas o problema do desemprego também gera violência. O problema da violência perpassa todas as camadas sociais, tem a violência contra a criança, violência contra mulher, violência até contra os animais, violência no trânsito, violência praticada em razão das drogas. Portanto é um assunto extremamente complexo, não é!? E eu acho que a gente tem que enfrentar essas questões no município. Porque as melhores políticas hoje que acontecem, elas são as políticas locais. E, até o combate à violência, eu creio que o futuro das cidades brasileiras e da legislação será uma polícia local. E nós temos a nossa guarda municipal, são 2.090 guardas municipais, que é para a gente um orgulho na cidade. Eles hoje estão bem treinados. Nós temos já os guardas municipais com qualificação para portar armas, 500 guardas municipais podem portar armas. Desses, 350 já estão portando. E nós queremos treinar todos. Mas a gente tem uma política de combate à violência que envolve quase todas as Secretarias. Desde a Secretaria da Educação, com as crianças na escola, que a gente cuida da criança na perspectiva que ela também tem uma família regular. Então nós investigamos o que está acontecendo na família daquela criança. Nós temos, por exemplo, as nossas equipes de saúde da família, são 588, elas vão à casa das pessoas e também fazem uma espécie de monitoramento e reportam à prefeitura se naquela casa não tem nenhuma criança vítima de violência. Em alguns casos, nós temos que notificar as autoridades se essas crianças são vítimas de violência. Então o tema violência é estudado na prefeitura em todas as Secretarias. A Secretaria da Saúde é vigilante em relação ao idoso. E nas Políticas Sociais também. A gente tem muitos programas, inclusive programas que são em parceria com o poder judiciário, na chamada Justiça restaurativa, em que nós acolhemos os menores que são vítimas de… que estão naquele risco social com o pé no crime ou recém saídos do crime. Então nós temos muitas parcerias. E, no que diz respeito ao combate da violência também, nós temos a Guarda Municipal em todos os nossos centros de saúde, em todas as nossas escolas municipais. Nós estamos substituindo a iluminação da cidade por LED, 178 mil pontos, porque a gente entende que rua escura, a ocorrência de criminalidade é maior. Temos o nosso COP (Centro de Operações de Belo Horizonte) em que a gente monitora toda a cidade de Belo Horizonte naquela central, é o cérebro da cidade funcionando no COP. E as câmeras também de monitoramento. Nós temos hoje 1.400 câmeras e agora chegaremos a 3 mil no COP. Nós estamos integrando as câmeras privadas aos nossos sistemas e, portanto, nós teremos também a ajuda de outras câmeras para melhorar o monitoramento da cidade.

Maira Monteiro – Candidato, recentemente, o Bhaz fez uma série de reportagens falando sobre a música ao vivo nos bares de Belo Horizonte. A atual legislação prevê que um simples voz e violão, em um bar de pequeno porte, exige que o estabelecimento tenha um alvará de discoteca, que é complexo de se conseguir. É um pouco caro, pode chegar a R$ 100 mil, e se tem um processo demorando. A gente tem uma pergunta que envolve essa questão de cultura e meio ambiente, que é da Doutora em Engenharia dos Materiais da UFMG, Ruthe Rebello Pires. Ela pergunta como que a prefeitura pode solucionar o problema que traz o ruído, sem ao mesmo tempo prejudicar o funcionamento dos bares e atender as demandas daquelas pessoas que sofrem com esse problema no dia a dia da cidade.

Délio Malheiros – Uma cidade é repleta de conflitos. E o grande desafio do gestor é você resolver esses conflitos e chegar num denominador comum, que atenda a maioria da população. No caso de bares, é importante a gente corrigir algumas informações que saíram erradas. Porque às vezes retiravam um alvará dizendo que não teriam música ao vivo, e depois começavam a colocar música ao vivo. Estamos facilitando a vida do empresário hoje inclusive com alvará eletrônico, que ele entra com um pedido na prefeitura e pode retirar esse alvará eletrônico, para facilitar. Agora, temos uma legislação a cumprir. É errado alguém dizer que Belo Horizonte não pode ter música ao vivo. Pode sim! O que nós temos é que conciliar a legislação aplicável ao caso de música ao vivo para que não ultrapasse determinada hora que a legislação prevê, não incomode os vizinhos, mas ela é permitida sim, a utilização de música ao vivo. O que não podemos é extrapolar o horário, extrapolar os limites dos decibéis previstos na legislação porque temos que conciliar o interesse econômico da cidade com o interesse das pessoas. Mas nós temos os nossos barzinhos como patrimônio da nossa cidade. Eles trazem alegria, trazem qualidade de vida, trazem emprego e trazem renda para nossa cidade. E não vamos perder o título de capital nacional dos barzinhos.

Maira Monteiro – Mas, candidato, tanto os especialistas nessa questão de licenciamento, quanto até mesmo a própria Abrasel, explicaram para a gente que o dono de bar precisa tirar um alvará de discoteca, não um alvará de bar. Esse alvará demanda fazer aquele estudo da vizinhança, é um processo bem complexo. Não é que não possa ter música ao vivo, é que bares de pequeno e médio porte da cidade não têm autorização para ter música ao vivo.

Délio Malheiros – Eles devem estar equivocados. Porque você não precisa tirar o alvará de discoteca. Quando é discoteca, você tem um licenciamento urbano que passa pelo Compur. É preciso ter responsabilidade se você tem um estabelecimento fechado ou um estabelecimento que você terá um grande público. Pode ter uma tragédia e o munícipio ser até responsabilizado. A nossa legislação permite a música ao vivo, permite funcionamento do bar e como negócio nos interessa. Mas as questões de segurança devem ser cuidadosamente observadas. E também o respeito ao limite de decibéis, o limite ao vizinho. Mas não vou dizer que não tenhamos que fazer uma revisão na nossa legislação. Inclusive, a Lei de Uso e Ocupação do Solo de BH está na Câmara e essa é uma oportunidade se tivermos algum excesso, exagero, vamos melhorar. Nós queremos que a cidade funcione bem. Queremos ter os barzinhos. Queremos ter o máximo de atividades na nossa cidade. Queremos uma cidade inclusiva. E não é proibindo tudo que você vai conseguir construir uma cidade inclusiva. Portanto, se tem algum reparo a ser feito na lei, nós estamos abertos e vamos fazer.

Guilherme Scarperllini – Candidato, minha pergunta é sobre mobilidade urbana, talvez um dos temas mais desafiadores na gestão municipal hoje. Sobretudo, a respeito do Uber. Gostaria de saber se o senhor é favorável a essa modalidade de transporte. E também o senhor falou do papel do gestor público em resolver conflitos. Sabemos hoje que o Uber funciona de uma forma provisória, através de uma liminar judicial em BH. Isso vem gerando uma insegurança muito grande. Hoje vivemos praticamente uma guerra entre taxistas e motoristas do Uber. Gostaria de saber se o senhor for eleito prefeito irá intervir e buscar uma solução definitiva para esse caso.

Délio Malheiros – Veja bem. A sociedade moderna hoje convive com os avanços da tecnologia. Você está usando o termo Uber. Mas tem outros concorrentes do Uber por aí já. Eu vi nos jornais que uma outra empresa chegou. Então nós não podemos trabalhando dizendo que vamos combater o Uber ou vamos autorizar o Uber. Nós temos que analisar, no contexto da cidade, os aplicativos e os serviços que são prestados. Os hotéis reclamam hoje que eles tem o Uber na vida deles que é o Airbnb, em que você aluga um quarto em uma casa e não paga o imposto. Concorre com os hotéis. As empresas de telefonia reclamam que tem o Uber na vida delas, o WhatsApp, no qual você faz uma ligação utiliza a rede delas e não recebem nada. Então nós temos, vamos dizer, essa “uberização” hoje na economia. O que nós temos que tratar o assunto é sob a ótica do cidadão. Qualquer que seja o serviço, deve ser seguro, eficiente, fiscalizado e regular. O que que a prefeitura fez? A prefeitura chamou todos em uma mesa de discussão. Chamou Uber, outros aplicativos, chamou os taxistas e falou: “A nossa proposta de regulamentação é essa. Vocês concordam?”. “Nós concordamos”. A prefeitura encaminhou para a Câmara, foi convertida em uma lei, que foram estabelecidos critérios de cadastramento, critérios de qualidade, critérios a serem observados. Depois que todos concordaram, o que aconteceu? Veio a Justiça e disse: “Não. Não podem fiscalizar. Porque alguns motoristas particulares entraram”. Então a nossa parte, nós procuramos fazer o melhor. E fizemos! Agora, para o futuro podemos rever a legislação? Podemos! Porque a tecnologia avança em um ritmo muito acelerado. E, muitas vezes, nós do serviço público, com nossas câmaras legislativas, temos um retardo nessa regulamentação. Digo que quando nós fizemos isso com a lei, foi o melhor que achamos para aquele momento, em que chegou a um consenso entre todos os interessados. E que agora a Justiça parou. E eu, como advogado especialmente, tenho a obrigação de dizer: Estou cumprindo a determinação judicial.

Guilherme Scarperllini – O candidato Délio Malheiros é favorável ao Uber?

Délio Malheiros – Eu sou favorável ao que é bom para o consumidor dentro de uma regulamentação. É como o Airbnb. Seja regulamentado! Que pague tributos. Então, em relação ao Uber ou a outros aplicativos, digo o seguinte: É um transporte regular? Vamos regulamentar. Depois que foi regulamentado e a Justiça mandou parar, o que temos que fazer? Cumprir a decisão judicial. Mas a nossa parte nós fizemos.

Roberth Costa – A pergunta agora é em relação a meio ambiente. Recentemente, a Lagoa da Pampulha e o conjunto arquitetônico foram declarados patrimônios da humanidade. Milhões de reais foram investidos na despoluição. Na contramão disso, a gente tem centenas de córregos que estão ao ar livre e, no período chuvoso, acabam alagando e trazendo problemas para a população. A pergunta do biológo e Mestre em Saneamento e Meio Ambiente, Felipe Novais, segue nesse sentido. Quais são as propostas do candidato para solucionar essas questões que, geralmente, atinge a população periférica aqui em Belo Horizonte?

Délio Malheiros – É um assunto desafiante. Porque a Pampulha nós gastamos aproximadamente R$ 140 milhões, só na parte da prefeitura. E vamos gastar mais. A Copasa gastou R$ 108 milhões retirando os esgotos que caiam na Pampulha. Está conseguindo chega a 90%, 95% dos esgotos que lá são despejados, infelizmente. Nós gastamos outros R$ 31 milhões na limpeza do espelho d’água, outros R$ 8 milhões, R$ 10 milhões na qualificação do entorno, substituímos todas as lâmpadas LED da Pampulha. Nós investimos na remoção de 800 mil toneladas de sedimentos e vamos continuar investindo porque todos os anos chegam lá 40 mil toneladas de sedimentos. Acabei de voltar da Pampulha agora, analisando os córregos da Pampulha. Vamos continuar investindo. A Pampulha hoje patrimônio cultural da humanidade está trazendo um fluxo muito grande de turismo para Belo Horizonte, está elevando Belo Horizonte ao patamar de polo turístico de Minas Gerais, não mais turismo de passagem. Está a cidade conhecida nacional e internacionalmente. Agora, nós temos o desafio de de resolver o problema em outros 300 quilômetros de córregos em Belo Horizonte. A população às vezes reclama e pede à prefeitura, no passado foi muito assim, para a construção da tal Avenida Sanitária. Mas o que nós estamos fazendo? Nós temos o programa Fundo de Vales, chamado de Drenurbs, que a gente cuida dos leitos. Já fizemos três parques lineares em Belo Horizonte que são muito interessantes. Vamos continuar investindo. O Governo Federal, que antes repassava parte dos recursos, parou de repassar parte desses recursos. Mas nós estamos com várias obras fazendo isso. Temos a parceria com a Copasa, porque não resolve cuidar do rio, se você não retirar o esgoto. Belo Horizonte tem o chamado índice de saneabilidade acima de todas as capitais brasileiras. O que significa isso? Quando você coleta o esgoto, você trata o esgoto e o abastecimento de água. Água tratada, em torno de 97%, esgoto coletado, em torno de 87%, esgoto tratado, quase 82%. Então o nosso objetivo é continuar investindo. Como eu disse, é feito isso junto com a Copasa. Porque a Copasa também tem que coletar o esgoto, a concessão é pra ela. E nós já investimos no Drenurbs em torno de R$ 180 milhões. E vamos continuar investindo. Inclusive, na educação ambiental. Não adianta você investir, se a população não participar desse esforço coletivo pelo meio ambiente. Então a gente tem procurado mostrar para as pessoas para não poluírem. Vou te dar um exemplo: os córregos que chegam na Pampulha. São 507 córregos que chegam na Pampulha, 507 nascentes. Dessas, 47% em Belo Horizonte e 53% em Contagem. Então nós identificamos cada uma dessas nascentes e esses cursos d’água. Nós estamos fazendo uma educação ambiental para as pessoas preservarem as nascentes e não poluírem os cursos d’água. Porque é, inclusive, crime! E é o que a gente está fazendo. A gente está investindo. No nosso programa de governo, a gente tem a proposta tem construção de mais parques lineares em cursos d’água. O meu sonho sabe o que é? É fazer o que foi feito em Seul. Foi canalizado um córrego, foi colocado ele para correr em seu leito natural e é muito bonito. Agora, custa muito dinheiro. E sem parcerias não vamos conseguir avançar. Temos avançado com nosso Drenurbs que é um projeto de repercussão nacional, é o reconhecimento dele. Mas ainda nos falta recursos para poder investir. Seja direto, seja junto à Copasa. Mas esse é o nosso propósito.

Thiago Ricci – Em um minutinho, para encerramos a rodada temática: saúde. Teve aquela novela toda. Vários adiamentos. Enfim, foi inaugurado no fim do ano passado, 2015. Porém continua problemático. Está operando com uma capacidade bem menor do que é possível. A gente teve um problema coberto pela imprensa, recentemente, com o repasse do Governo Federal. Não estava sendo repassado, o que travava também o repasse do Governo Estadual. Enfim, continuava a subutilização de uma estrutura muito importante para a cidade. Como resolver isso?

Délio Malheiros – Olha, o administrador público tem que ter honestidade, tem que ser eficiente, mas tem que ter coragem. E nós tivemos coragem de prometer e cumprir a construção do Hospital do Barreiro. Agora, construído o hospital, nós estamos investindo a parte da prefeitura. É um hospital belíssimo, são 451 leitos, 16 salas de cirurgia, e não deixa nada a desejar para nenhum hospital não só de Belo Horizonte, mas do Brasil. Eu fui lá, andei os 13 andares do hospital. É espetacular aquela casa de saúde. Agora, Belo Horizonte já está colocando aproximadamente R$ 5 milhões por mês. A União e o Estado deveriam colocar outros R$ 15 milhões por mês. Obrigação deles. Então, o que nós estamos fazendo? Estamos fazendo a nossa parte. O hospital está funcionando. Agora estamos cobrando da União, nós estamos com um diálogo com a União e com o Estado, que já começaram a aportar recursos para o hospital. E é importante que coloque. Porque nós precisamos disso. Temos uma saúde em Belo Horizonte que precisa melhorar e muito. Nós precisamos melhorar nossa rede física. Por isso, nós vamos construir mais 77 centros de saúde, 40 deles por via de uma PPP (parceria público-privada). Já temos os terrenos preparados para isso. Desses, 22 são novos e 55 são substituições. E mais quatro UPAs vamos contruir. Nossa saúde é bem avaliada, mas temos que avançar. Temos que ter uma melhor gestão ainda dos medicamentos, das consultas especializadas, da rede que atende as pessoas em casa, da rede que atende as crianças nas escolas. Vamos melhorar, precisamos melhorar, mas precisamos dessas parcerias com o Governo Federal e Estadual.

Thiago Ricci – O senhor fala como situação, não poderia ser diferente. Foi vice-prefeito durante toda esta gestão. Uma pesquisa do Instituto Paraná divulgada nesta semana apontou que o João Leite está em primeiro lugar, com 30%, seguido pelo Kalil, com 15%, e o senhor não chega aos 5%. Como mudar esse quadro em pouco mais de um mês? Qual sua análise?

Délio Malheiros – Veja que essa pesquisa da Paraná já me tirou da sexta posição, que eu estava numa pesquisa anterior, já me colocou na quarta empatado com o terceiro. Porque estou com 4,8% e o terceiro tem 5,1%. Se você colocar a margem de erro, você já me coloca bem próximo do segundo. E aí eu quero dizer o seguinte: Essa pesquisa foi feita quando? Foi feita até o dia 28, então ela pegou apenas três dias da propaganda eleitoral, que começou no dia 25. E o nosso crescimento é vertiginoso. O que mostra nas nossas pesquisas internas é crescimento da nossa candidatura. E porque crescimento da minha candidatura? Analise todas as outras candidaturas. Eu sou uma pessoa séria, tenho 25 anos de vida pública, dos quais 25 junto aos órgãos de defesa do consumidor. Eu tenho uma ficha limpa. Um passado limpo. Eu tenho uma experiência administrativa, há quatro anos na prefeitura. Eu fui vereador, deputado, secretario do meio ambiente e sou vice-prefeito. E tenho o apoio do prefeito Marcio Lacerda, que é muito bem avaliado. Portanto, é só uma questão de tempo, nós estaremos crescendo nas pesquisas. E mais… de todas as eleições que eu participei em Belo Horizonte, tive o voto daquele eleitor com a mais elevada consciência política, que é silencioso nas pesquisas. E, quando chega a verdadeira pesquisa, a pesquisa real, a pesquisa das urnas, todos se surpreende, porque eu sou sempre um dos mais votados. Porque é o eleitor que vota, que atrai a família, os amigos e que confia no meu trabalho há mais de 12 anos que eu estou na vida pública, nos mandados que eu exerço.

Maira Monteiro – Candidato, teve um tema que entre os nossos leitores, pedimos para enviarem perguntas, e várias pessoas se manifestaram. Todos querendo saber qual o planejamento do senhor, de maneira bem objetiva, para amparar os idosos na nossa cidade. Eles entendem que temos um problema aí na questão de prestação de serviço, no geral, voltada para o idoso.

Délio Malheiro – Nós precisamos melhorar muito e avançar muito. Já temos um bom trabalho. Nós temos casas de longa permanência, onde já acolhemos 980 idosos. Quando nós assumimos a prefeitura, quando o Marcio assumiu em 2008, o repasse médio para cada idoso per capita era R$ 50, imagina! R$ 50! Hoje nós repassamos R$ 1.786 para cada idoso acolhido nessas casas que têm convênio com a Prefeitura de Belo Horizonte. Nós temos o Melhor Cuidado, nós temos 128 equipes que vão às casas dos idosos que não podem se deslocar até a prefeitura para dar assistência lá. Nós temos hoje o Centro de Referência do Idoso, chamado Tancredão, que nós tivemos lá mais de 40 mil pessoas no ano passado que passaram em alguma atividade. Nós temos o Vida Ativa, que é um programa na área de esporte, que pega os idosos leva com carinho para passear nos parques, leva no cinema. Nós temos toda uma rede de proteção na Saúde com 588 equipes de saúde da família e esse programa vai na casa das pessoas e tem um cuidado todo especial com o idoso. Portanto, nós vamos melhorar, nós vamos avançar, porque o nosso respeito aos nossos idosos é perene, é permanente, a gente tem que ter muito carinho com eles.

Guilherme Scarperllini – Em 2012, você chegou a desistir de uma candidatura para ficar ao lado de Marcio Lacerda. No início da caminha dessas eleições, 2016, o Marcio Lacerda não estava ao lado do senhor, lançou o Paulo Brant. Em algum momento você se sentiu traído por Marcio Lacerda?

Délio Malheiros – De maneira alguma. Quando eu entrei na Prefeitura como vice do Marcio Lacerda, quase quatro anos atrás, disse para ele duas coisas. E ele não esquece. Uma, eu serei candidato a prefeito para depois não dizer que foi surpresa. Eu vou lutar por isso. Quero me candidatar a prefeito de BH, quero mostrar ao cidadão minhas ideias. Segundo, quero seu apoio porque acompanhei sua trajetória nesses quatro anos. Para mim, (Marcio Lacerda) pode ter todos os defeitos, mas foi um prefeito honesto, competente, dedicado a causa pública. Vou lutar pelo seu apoio. E tive o apoio do prefeito Marcio Lacerda. Para mim, pouco importa se foi no início ou foi no final. O apoio dele veio, estou absolutamente confortável com ele, passamos o dia inteiro juntos trabalhando na candidatura. E eu sempre acreditei que teria o apoio de Marcio Lacerda e hoje tenho o apoio dele.

Guilherme Scarperllini – Um dos pilares de sua campanha é dizer que vai dar continuidade ao que deu certo nesses oito anos de gestão do Lacerda. Mas minha pergunta é o que deu errado?

Nós erramos. Erramos quando acreditamos que a Dilma, quando veio a BH, ia liberar o dinheiro para a construção do metrô, Nós erramos quando acreditamos que o governo do Estado iria passar religiosamente o dinheiro para a construção do Hospital do Barreiro. Erramos quando acreditamos que não teriam atrasos os repasses dos governos federal e estadual para a construção de UPAs e centros de saúde. Acreditamos muito em promessas do governo federal. Agora te digo que darei continuidade ao bom trabalho que realizamos até agora, seja nas UMEIs, 128 UMEIs, que são escolas modelo para o Brasil e para o mundo; Hospital do Barreiro; o Move, que para a gente é uma realidade que todos reconhecem; vamos construir o Move da avenida Amazonas; vamos melhorar a educação ainda mais, que é uma das melhores do Brasil. Então digo que farei mais o quê? O grande desafio, prefeito (Marcio Lacerda), é que eu quero ser melhor do que você. Te acho um ótimo prefeito, mas tenho esse desafio: ter um diálogo ainda melhor com governos federal e estadual para fazer funcionar o Hospital do Barreiro, para colocar em dia 77 novos centros de saúde, para colocar para funcionar o Move da Amazonas, para melhorar ainda mais a assistência aos moradores de rua, para enfrentar o problema da violência com muito vigor, muita seriedade… Sou advogado e quero trabalhar muito à frente dos projetos pelo combate à violência em Belo Horizonte. Portanto, eu darei continuidade, mas inovarei, levarei para o governo boas ideias. Inclusive, conversando com os jovens, com os todos na coletividade. Quando você dialoga, você aprende, você cresce, você tem a humildade de entender que nem tudo está bom, nem tudo está pronto. E temos de ter a humildade de dizer: precisamos melhorar e vamos avançar.

Roberth Costa – O Sindicato das escolas municipais tem garantida, junto ao Ministério do Trabalho, a representação da categoria diante do poder público. No entanto, o Executivo ainda se nega a negociar reivindicações do setor com a entidade. Como resolver esse problema, candidato?

Délio Malheiros – Temos o maior respeito aos servidores municipais, a todos os servidores. Aliás, não teríamos a melhor educação do Brasil se não fossem os nossos servidores. São qualificados, são treinados, são preparados. A gente usa um lema na nossa educação que é o seguinte: educa e cuida. Além de serem ótimos educadores, são ótimos cuidadores. E vamos manter um diálogo aberto, permanente, transparente e valorizando a categoria. Demos aumentos acima da inflação de 2008 até agora. Nesse período agora, que estamos com um pouco de aperto no caixa, ainda não conseguimos. Mas vamos continuar conversando, são pessoas do bem, que querem o bem da educação, querem a cidade com a melhor educação do Brasil. E são o nosso orgulho. Nosso diálogo com eles será direto, proveitoso, permanente e tenha a certeza, sem os nossos educadores, não teríamos tantos títulos bons em educação em Minas Gerais. Por isso eu terei com eles o melhor diálogo possível.

Maira Monteiro[email protected]

Diretora-executiva do BHAZ desde junho de 2018. Jornalista graduada pela PUC Minas, acumula mais de 15 anos de experiência em redações de veículos de imprensa, como Record TV e jornal Hoje em Dia, e em agências de comunicação com atuação em marketing digital, como na BCW Brasil.

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