Reajuste das passagens de ônibus aumenta em R$ 15 milhões os gastos com vale transporte, diz CDL-BH

Breno Pataro/PBH

Empresários dos ramos de comércio e serviço de Belo Horizonte terão gastos mensais com deslocamento de funcionários elevados em R$ 15 milhões em razão do último reajuste tarifário do transporte público na capital. Ao menos é o que mostra levantamento divulgado pela CDL-BH (Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte) nesta quinta-feira (19), que calcula reajuste de 15% nas despesas com vale transporte de trabalhadores.

Segundo informações repassadas pela entidade, um ofício pedindo pela revogação do reajuste de 9% nas tarifas do transporte municipal — sancionado pelo então prefeito Marcio Lacerda (PSB) em dezembro último — foi encaminhado ao prefeito Alexandre Kalil (PHS) na última semana. O documento exige ainda o cumprimento da proposta anunciada por Kalil ainda nas campanhas eleitorais, na qual o então candidato prometia “abrir a caixa-preta da BHTrans”.

“[O ofício] solicita que o aumento seja revogado, até que a nova equipe do governo possa auditar e avaliar os contratos e planilhas do sistema de transporte coletivo, conforme compromisso firmado no Plano de Governo do atual governante”, diz trecho da nota divulgada pela CDL-BH.

Para o vice presidente da entidade empresarial, Marcelo de Souza e Silva, o reajuste, além de ir na contramão dos incentivos para o uso do trasporte público, impacta diretamente na prestação de serviços e comércio, duas das principais fontes de receita do município.

“Os segmentos de comércio e serviços formam o setor produtivo que mais emprega e dinamiza o desenvolvimento econômico da capital, respondendo por mais de 75% do PIB de Belo Horizonte. Além disso, com o reajuste, Belo Horizonte passa a ter a tarifa de ônibus mais cara entre todas as capitais brasileiras, título que vai contra o objetivo de estimular o uso de transporte coletivo”, avalia.

Procurada pelo Bhaz, a assessoria da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte afirmou que o ofício encaminhado pela CDL-BH encontra-se “na mesa do prefeito”, mas que ainda não foi definido um posicionamento.

Impacto

As micro e pequenas empresas são as que mais sofrerão impacto com o reajuste tarifário do transporte público de Belo Horizonte. Segundo aponta a pesquisa da CDL-BH, esse segmento de empresas terá aumento de quase R$ 12 milhões nos orçamentos destinados ao deslocamento de funcionários. A parcela de micro e pequenas empresas representa 67% do total de estabelecimentos em atividade na capital.

Na sequência, as grandes empresas — são 868 em atividade na capital — terão aumento de aproximadamente R$ 2 milhões com gastos mensais de transporte. As médias empresas, por fim, devem registrar aumento de despesas de R$ 1,6 milhão, conforme a CDL-BH. Atualmente, são 1.040 empresas desse porte em atividade na capital.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!