‘Taxistas justiceiros’ sequestram e executam jovem por engano em Santa Luzia

Reprodução/Polícia Civil

Um jovem de 23 anos foi sequestrado e executado por engano. Essa foi a conclusão da Polícia Civil, que prendeu três taxistas apontados como autores dos crimes e também por ocultação de cadáver. Um vereador de Santa Luzia, na Grande BH, está sendo procurado.

Após ser vítima de um assalto, um taxista chamou outros dois colegas para “fazer justiça pelas próprias mãos”, conforme classificam os investigadores. O trio, então, sequestrou e matou o jovem após ser enganado pelo vereador Adriano Moura dos Reis (PROS), eleito nas últimas eleições municipais. Segundo a polícia, o jovem assassinado não tem participação alguma no assalto.

Os verdadeiros assaltantes também foram descobertos pelos investigadores. A dupla ainda está sendo procurada.

Conforme o inquérito, o vereador Adriano Moura dos Reis — mais conhecido como Dil — teria induzido os “justiceiros” ao erro, indicando como autor do crime um homem com o qual mantinha desavenças relacionadas ao furto de um celular.

“O vereador induziu os taxistas ao erro, fazendo com que eles achassem que o homem seria o responsável pelo roubo, ordenando em seguida a sua execução”, explicou Christiano Xavier, delegado responsável pelas investigações.

O corpo da vítima foi encontrado com três perfurações em 20 de dezembro último. Ele estava escondido atrás de uma estação da Copasa, localizada na estrada que liga Santa Luzia a Vespasiano.

O crime

A dinâmica do crime começou com um roubo de táxi cometido por três homens em Vespasiano na madrugada de 18 de dezembro último. No mesmo dia, a vítima do assalto teria monitorado o carro por meio de GPS e, com outros dois comparsas, chegaram até o bairro Cristina — onde aparentemente os assaltantes teriam parado para dividir os produtos do roubo.

Eles então buscaram informações com o líder comunitário do local — o vereador Adriano Moura dos Reis — para que pudessem descobrir onde morava o autor do crime.

O trio de taxistas arrombaram o apartamento da pessoa apontada pelo político como sendo o autor do assalto. A vítima foi posta no porta-malas de um carro, executada e então teve o corpo ocultado pelos criminosos.

Segundo os investigadores, o carro utilizado para sequestrar a vítima foi localizado, e a perícia indicou “grande quantidade de sangue no seu interior”. A polícia trabalha com a hipótese de a vítima ter sido executada com três tiros dentro do veículo.

A Polícia Civil ainda tenta identificar um quarto envolvido nos crimes e procura pelo vereador Dil — apontado como mandante do crime. Se condenados, eles podem pegar até 30 anos de prisão.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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