Agora é oficial: Minas atravessa pior surto de febre amarela já registrado na história

O subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde de Minas Gerais, Rodrigo Said, confirma 23 mortes por febre amarela (Marcelo Sant’Anna/MG)

A Secretaria de Estado de Saúde atualizou nessa quinta-feira (19) para 23 o número de mortes oficialmente confirmadas por febre amarela em Minas Gerais. Esse é o maior número de mortes confirmadas em decorrência da doença desde o início da série histórica, em 1989. Outras 31 mortes por suspeita de febre amarela estão sendo investigadas, conforme último boletim epidemiológico divulgado pelo Governo de Minas.

Com a marca histórica, o subsecretário de Estado de Saúde, Rodrigo Said, informou que foi solicitado o envio de mais médicos e equipamentos de internação ao Governo Federal. “A secretaria elaborou um documento solicitando ao Ministério da Saúde apoio para ampliação das ações assistenciais que estão sendo realizadas em Minas Gerais”, destacou durante entrevista coletiva na quinta-feira. “Solicitamos o envio de profissionais médicos, a contratação de mais leitos e recursos para a compra de equipamentos para internação”.

Série histórica de mortes e casos confirmados por febre amarela em Minas Gerais (Reprodução/SES-MG)

O número de mortes confirmadas em Minas Gerais pelo Ministério da Saúde saltou de sete para 23 ao longo desta semana. “Ontem [quarta-feira] o ministério divulgou resultados importantes para a investigação, com identificação de vírus em fragmentos de vísceras de pacientes que evoluíram para óbito. A partir disso, com base nas informações que tínhamos de 54 óbitos suspeitos, fizemos uma reavaliação dos casos e podemos agora falar em 23 [mortes]”, explicou Said.

Até então, o maior índice de morte confirmada por febre amarela no Estado foi registrado em 2003, quando 21 casos foram anotados, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde encaminhados ao Bhaz. A maioria dos óbitos ocorreram na região Central do Estado. Na sequência da série histórica, 2001 aparece com 16 mortes confirmadas.

Entre as cidades que apresentaram mortes por febre amarela, o município de Ladainha, no Vale do Jequitinhonha, aparece na dianteira, com sete casos. Outros óbitos atestados estão distribuídos em Piedade de Caratinga (2), Ipanema (3), Malacacheta (2), Imbé de Minas (1), São Sebastião do Maranhão (2), Frei Gaspar (1), Itambacuri (2), Poté (1), Setubinha (1) e Teófilo Otoni (1).

Entrevista coletiva concedida pelo subsecretário subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde de Minas Gerais, Rodrigo Said, e pelo secretário de Estado Sávio Souza Cruz (Marcelo Sant’Anna/MG)

Casos confirmados

O Estado investiga 206 casos notificados com suspeita de febre amarela, conforme último boletim epidemiológico divulgado na quinta-feira. Desses, a secretaria trabalha com 53 prioritários, dos quais 34 foram confirmados e outros 19 permanecem em investigação.

Segundo Said, para a constatação de casos confirmados, são levados em conta critérios como exames laboratoriais, histórico vacinal da pessoa, sinais e sintomas compatíveis com a definição de caso e exames complementares.

“A maioria dos casos confirmados, cerca de 95%, é de pessoas aposentadas, lavradores e moradores da área rural. Grande maioria do sexo masculino”, declarou o subsecretário de Estado de Saúde.

Vacinação

Minas Gerais distribuiu 2 milhões de doses de vacina nas áreas afetadas pelo surto de febre amarela. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, outras 1 milhão de doses devem ser encaminhadas pelo Governo Federal ao Estado nos próximos dias. A previsão da pasta é que 450 mil cheguem até o início da próxima semana.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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