O senador Aécio Neves (PSDB) foi acusado, em delação premiada, de fraude em licitação na construção da Cidade Administrativa. Reunião do então governador de Minas para acerto entre construtoras concorrentes no processo licitatório foi relatada pelo ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior. As informações foram publicadas nesta quinta-feira (2) pelo jornal “Folha de São Paulo“.
Segundo a publicação, durante o encontro com as empreiteiras, Aécio teria orientado os executivos a procurar Oswaldo Borges da Costa Filho — hoje, colaborador das campanhas do senador mineiro — para que fosse definido o percentual da propina a ser repassada pelas empresas envolvidas no esquema. Ao final do processo, em acordo com as demais concorrentes, a Odebrecht ficaria com a maior parte do consórcio, responsável pela execução de 60% das obras.
Ainda segundo apurado pela “Folha”, o executivo da Odebrecht teria afirmado em delação que o próprio Aécio Neves teria definido quais seriam as empresas que participariam do processo licitatório. Os valores repassados às construtoras envolvidas no esquema giram em torno de 2% e 2,5% sobre o valor total dos contratos.
Em nota encaminhada à reportagem, Aécio rechaçou as acusações. Ele ainda defendeu o fim do sigilo sobre as delações “para que todo conteúdo seja de conhecimento público”.
Cidade Administrativa
Projetada por Oscar Niemeyer (1907-2012), a Cidade Administrativa custou R$ 2,1 bilhões em valores da época. Foi inaugurada em 2010, durante a gestão de Aécio à frente do Governo de Minas.
Ainda conforme registrou a “Folha”, Niemeyer não desejava que empresas pequenas executassem as obras. O motivo seria porque considerava o projeto extremamente complexo e temia que empresas pequenas não conseguissem executá-lo.
