Catuaba barrada! Venda da bebida hit do Carnaval de BH está oficialmente proibida dentro dos blocos

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Reprodução (Facebook/Instagram)

Este ano, o Carnaval de BH ficará um pouco menos “Selvagem”. A Catuaba, bebida queridinha dos belo-horizontinos, está oficialmente fora da lista de produtos autorizados à venda dentro dos circuitos. Os foliões que quiserem se refrescar com a “Catu” terão que abastecer o estoque antes de sair de casa ou procurar um bar.

Depois de idas e vindas – e de diversas especulações a respeito da comercialização de produtos – a Ambev, responsável pela Skol (patrocinadora oficial do evento), admitiu que, durante o Carnaval, os 9,4 mil ambulantes credenciados só poderão comercializar bebidas da fabricante.

Nos últimos dias, o tema foi assunto pelas redes sociais. Chegou-se a cogitar que apenas a Skol seria comercializada na folia de BH e até mesmo que bebidas não oferecidas pela companhia, como vodca e a própria Catuaba, teriam permissão.

As normas, expressas no edital oficial, foram repassadas aos ambulantes durante o treinamento para o Carnaval, ao qual o Bhaz teve acesso. No encontro, promotores da Ambev detalharam a distribuição de kits para comercialização (três tamanhos diferentes, incluindo boné, guarda-sol e colete sinalizador) e foram enfáticos quanto à proibição de venda de produtos concorrentes.

“Eu não estou nem aí, vou continuar vendendo meu Catuçaí como já faço há 4 anos. Durante o treinamento, eles deixaram muito claro que não podia vender outras bebidas, mas acho isso um absurdo. O Carnaval é do povo! Tenho uma credencial que não vale de nada, porque, mesmo credenciado, estou impedido de vender o meu produto”, revelou Bruno Coelho, o Brunão, ambulante conhecido pelo “Drink do AMOR”, uma mistura de catuaba com açaí que virou mania nas ruas de BH.

Assim como Brunão, Flávio Cravo, vendedor do “Cravinho do Belô”, expressa insatisfação com as regras e optou por ir às ruas mesmo com os alertas de fiscalização por parte da prefeitura. “Eles falaram que vão fiscalizar e que, caso o ambulante não esteja seguindo as regras, vai perder a credencial e o direito de trabalhar. Eu vou correr o risco ainda assim, não vou deixar de vender meu produto, muita gente gosta da bebida”, afirmou o comerciante.

Verônica Oliveira, ambulante há 20 anos, questiona a postura da Skol e a restrição de vendas. “Eles não estão assinando minha carteira. Eu trabalho pra mim, não pra Skol. Vendo bebidas o ano todo, sei o que tem saída. A Belotur deveria ter chamado a Selvagem e outras marcas para conversar e explicar do que as pessoas daqui gostam”, disse a comerciante.

“Eu não estou com medo da fiscalização. Eles podem proibir mas para mim não serve de nada. Um cliente vem até o meu carrinho, não encontra o produto e deixa de comprar comigo. Aí ele vai no bar e acha o que quer. Eles proibiram a venda pelos ambulantes mas dentro dos eventos fechados que a Skol patrocina tem Catuaba, por exemplo. Isso não existe”, completou Verônica.

Visita Surpresa

Segundo os promotores da Ambev, a empresa fará visitas premiadas aos ambulantes durante os dias de evento. Os comerciantes que estiverem dentro das regras ganharão 3 fardos de Skol latão e, para isso, eles deverão ter todos os produtos oficiais e seguir os preços sugeridos pela marca.

Skol, Skol beats, Budweiser, Guaraná Antártica, Pepsi, H2O e o energético Fusion fazem parte das bebidas formais do evento.

O que dizem os responsáveis?

Segundo a assessoria da Skol, os ambulantes cadastrados, treinados e equipados pela marca, de fato, só irão vender as bebidas da Ambev. No entanto, não há restrição quanto à comercialização de outros produtos na cidade de Belo Horizonte.

A marca afirma que não fará a fiscalização das vendas, procedimento que ficará por conta da Secretária de Regulação Urbana.

A Regulação Urbana, por sua vez, reforça que a verificação será conforme os termos do edital e, em caso de descumprimento, o ambulante poderá perder a credencial, ter os produtos apreendidos e ser autuado. No entanto, a assessoria de imprensa informou ao Bhaz que o “tipo de bebida não será fiscalizado”.

Letícia Almeida

Letícia Almeida é redatora no Portal Bhaz

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