A restrição da venda de bebidas nos trechos oficiais do Carnaval de BH caiu como uma bomba entre ambulantes e foliões. O estopim da discussão ocorreu com a oficialização do veto a bebidas não fabricadas pela Ambev. A indignação também atingiu os blocos de rua que, junto aos ambulantes, se mobilizam para realizar um protesto contra a decisão.
Os envolvidos vão se reunir às 19h30 desta quarta-feira (15), na Praça da Estação. A intenção é realizar uma manifestação amanhã, a princípio, na porta da sede da Prefeitura de Belo Horizonte ou da Belotur (Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte).
“Não concordamos com essa imposição. Vários blocos sugeriram colocar alguns ambulantes, como o Nandão do Catuçaí, dentro do cordão de proteção dos músicos para resguardá-los dessas possíveis fiscalizações. Estou convocando representantes dos blocos para decidirmos ações de contrapartida”, contou ao Bhaz Michelle Barreto, produtora do “Corte Devassa”, bloco que sai às ruas desde 2012.
O bloco “Então, Brilha!” também apoia a mobilização. “Isso fere o Carnaval e os princípios da livre concorrência. Somos contra a restrição de vendas e vamos nos mobilizar quanto a isso”, afirmou Di Souza, maestro, percussionista e organizador do bloco tradicional.
Por parte dos vendedores, a revolta toma conta. Renata Maciel, uma das ambulantes organizadoras da mobilização, cogita até uma possível paralisação caso não haja liberações por parte da Ambev e Prefeitura.
“Se a Ambev não voltar atrás, nós vamos parar. Nós vamos fazer barulho, vai dar confusão. A festa é pra ser uma coisa bacana e, desse jeito, o Carnaval de BH que é tão bonito vai deixar de ser”, revelou a comerciante.
Repúdio do “Muitas”
A decisão já levantou posicionamento de representantes públicos, como é o caso de Áurea Carolina e Cida Falabella, vereadoras do PSOL. Ambas divulgaram o requerimento encaminhado à Belotur, que solicita o esclarecimento dos termos de contrato entre a Ambev e a prefeitura, além da “existência de orientações oficiais da Belotur no sentido de estabelecer o monopólio do patrocinador durante o Carnaval”.
Procurada, a assessoria de imprensa da Ambev preferiu não se manifestar sobre o assunto.
