Pampulha tem alerta de febre amarela após morte suspeita de três macacos

Moradores da rua Palermo, no bairro Bandeirantes, foram orientados por agentes da prefeitura à vacinação (Reprodução/Google Street View)

A constatação da morte de três primatas nesta sexta-feira (17) por agentes do Centro de Zoonoses de Belo Horizonte, na região da Pampulha, deixou a população em alerta. Com a suspeita de febre amarela nos animais, moradores da rua Parlemo, no bairro Bandeirantes, foram orientados a recorrer a postos de vacinação.

O estudante Pedro Inácio, de 28 anos, que mora na área em que os corpos dos animais foram resgatados, conta que familiares atenderam ao chamado de agentes de saúde na manhã de hoje, em casa. “De alguns anos para cá, é comum a presença de macacos nos muros da casa. Então quando três deles foram encontrados mortos, já em estado de decomposição, o pessoal da zoonoses sugeriu que fossemos todos vacinar imediatamente”, relatou ao Bhaz.

Ainda segundo Inácio, que estava na fila de vacinação enquanto conversava com a reportagem, todos os moradores da rua foram orientados à imunização. “Lá em casa vamos todos vacinar. Outras pessoas da rua também foram abordados pelos agentes e foram orientados a vacinar”.

Questionada, a Secretaria Municipal de Saúde não confirmou se a morte dos primatas já teriam sido incluídas nos registros da prefeitura. Entretanto, a pasta informou que, após o recolhimento dos corpos, eles serão encaminhados ao Centro de Zoonoses para, a princípio, apurar se há infecção de vírus da raiva. Caso não haja a constatação, os materiais de análise serão encaminhados à Funed (Fundação Ezequiel Dias) para investigação de febre amarela.

O órgão da administração municipal reitera, ainda, que não há surto de febre amarela em Belo Horizonte.

Demora nos postos de vacinação

Reportagem do Bhaz mostrou na quinta-feira lentidão nas filas e até falta de vacinas em centros de saúde de Belo Horizonte. Conforme o estudante Pedro Inácio, após orientação dos agentes da zoonoses, ele recorreu ao Centro de Saúde Dom Orione, na região da Pampulha. No local, contudo, o cenário não era diferente do registrado pela reportagem.

“Estou há duas horas na fila. Já fui em casa, voltei e ainda não fui atendido. Chegue às 10h e eles me entregaram uma senha de uma fila quilométrica. Mas vou esperar até que chegue a minha vez para ser vacinado”, contou.

Morte de primatas

Até a última quinta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde confirmava uma morte de primata por febre amarela em Belo Horizonte. Em Contagem e Betim, na região metropolitana, exames laboratoriais em outros dois animais também deram positivo para a doença.

Sérgio Lucena, primatólogo e professor de zoologia da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), explicou à Agência Brasil que o vírus da febre amarela está estabelecido em regiões silvestres, mas que pode propagar rapidamente — atingindo macacos e humanos — para o perímetro urbano. “São sentinelas. Se o vírus começa a se propagar em determinada área, a morte dos macacos nos enviará um alerta”, esclarece.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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