Suposta morte de macaco na Lagoa do Nado leva temor a moradores da Pampulha

Adão de Souza/PBH

Desinformação, temor e filas em busca da imunização. São essas as condições de moradores do bairro Itapoã, na região da Pampulha, onde agentes de saúde intensificaram nesta segunda-feira (20) ações preventivas de febre amarela e deixaram um rastro de informação falsa.

O Bhaz testemunhou o trabalho de duas agentes de saúde na manhã de hoje, que alertavam, de porta em porta, moradores da rua Porto Rico sobre a morte suspeita de um macaco no Parque Municipal Lagoa do Nado — a menos de um quilômetro dali. Horas depois, a Fundação Municipal de Parques chegou a desmentir a informação. “Técnicos da zoonoses localizados dentro do parque não registraram, em nenhum momento, a morte de primatas no local”, disse ao Bhaz a assessoria da fundação.

Enquanto isso, as agentes de saúde seguiam provocando um desencontro de informações. “Passaram duas agentes aqui com uma tabela nas mãos. Elas questionam quantas pessoas moram na residência, se todos já tinham vacinado e falaram sobre os riscos da febre amarela. Foram enfáticas ao dizer que está todo mundo sob alerta”, disse a dona de casa Ana Paula Lopes.

Uma outra moradora, que preferiu não ter o nome identificado na reportagem, afirmou que foi tomada por pânico quando teve a notícia da suspeita de febre amarela próxima à sua casa. “Eu nem pretendia me vacinar. Mas quando as agentes me informaram que foi encontrado um macaco morto na Lagoa do Nado e disseram para eu ir urgente ao posto de saúde, procurei logo me imunizar”, contou.

Com o alerta das agentes da prefeitura, a reportagem registrava, no início da tarde de hoje, filas no Centro de Saúde Santa Amélia. “O macaco da Lagoa do Nado já estava em decomposição avançada e não deu para colher o exame”, replicava a informação uma das atendentes do posto de vacinação.

Informação falsa

Questionada sobre a atuação das agentes, a Secretaria Municipal de Saúde se limitou a dizer que “cada regional tem autonomia para repassar informações”. Em nota, a pasta informou que Belo Horizonte já registrou oito mortes de macacos por suspeita de febre amarela. Desse total, um caso teve a confirmação da doença.

“Até o momento, o resultado deu positivo para febre amarela em apenas um animal. O corpo do animal foi encontrado em uma residência na região de Venda Nova”, diz um trecho do texto divulgado. Questionada sobre o motivo da operação no bairro Itapoã, a secretaria apenas informou que “A PBH reforçou as ações de zoonoses em várias regiões da cidade”.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!