Vacinas novas contra febre amarela são encontradas no lixo em Belo Horizonte

Eva Alcantara/Divulgação

Várias vacinas contra a febre amarela e outros medicamentos novos foram encontrados em uma lixeira no bairro Nazaré, na região Nordeste de Belo Horizonte, nesse domingo (19). Moradores da área ficaram revoltados e a Polícia Militar (PM) foi acionada. Uma técnica de enfermagem passava pelo local e registrou o momento em que policiais reviraram o lixo para recolher o material. Ao Bhaz, ela contou que as seringas estavam dentro do prazo de validade, que vai até 2020, e que várias pessoas as pegaram para fazer a aplicação em casa.

De acordo com a PM, um morador entrou em contato com a corporação, por volta das 10h, para informar o descarte incorreto dos medicamentos. Quando chegaram à rua Sócrates, eles se depararam com as vacinas dentro de um saco plástico transparente. Eva Alcantara, de 58 anos, foi até o bairro para visitar um dos filhos e ficou inconformada com a situação.

Eva Alcantara/Divulgação

“Essa situação tem que ser investigada. É um absurdo muito grande, estou revoltadíssima com essa irresponsabilidade. Conheço várias pessoas que ainda não foram vacinadas, imagina você receber a notícia de que algum parente seu morreu por causa de febre amarela?”, questiona.

“Fui visitar meu filho na hora do almoço e achei estranho os policiais mexendo no lixo, tinha pelo menos duas viaturas lá. Fui perguntar do que se tratava e eram vacinas novas, tudo novo. Algumas pessoas pegaram e disseram que iriam aplicar em casa”, conta. “Eu olhei a validade, achei um absurdo aquilo e tinha outros medicamentos lá. Coisa nova jogada no lixo”, completa.

Eva Alcantara/Divulgação

Os policiais levaram os medicamentos em sacolas plásticas para a 24º companhia, no bairro São Gabriel. Nenhum agente de saúde da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) foi até o local. Segundo a PBH, o lote e a procedência das vacinas encontradas são investigadas. Um centro de saúde municipal fica a cerca de oito quarteirões do local onde o material descartado foi localizado.

Segundo a PM, ninguém foi preso e o caso deve ser investigado pela Polícia Civil.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde orienta a população a não fazer o uso das vacinas por conta própria. “As vacinas oferecidas pelo SUS-BH devem ser aplicadas somente nas unidades de saúde oficiais da PBH”, diz um trecho do comunicado.

Febre amarela em BH

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, cinco pessoas moradoras de Belo Horizonte foram internadas com suspeita febre amarela nas últimas semanas. Todas elas já receberam alta e a hipótese de que elas haviam contraído a doença no interior foi descartada – não se tratava de febre amarela.

Nos últimos dias, filas se formaram em postos de saúde da capital e a prefeitura intensificou a vacinação. Ao todo, 36 centros de saúde foram abertos nesse fim de semana para atender a população.

Mortes de macacos

Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, oito macacos foram encontrados mortos em Belo Horizonte com suspeita de febre amarela, mas a doença foi confirmada em apenas um deles. A febre amarela A febre amarela é causada por um vírus da família Flaviviridae e ocorre em alguns países da América do Sul, América Central e África. No meio rural e silvestre, ela é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Já em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. Até o momento, nenhum dos casos em Minas Gerais são considerados urbanos pelos órgãos públicos.

Vacinação

A principal medida de combate à doença é a vacinação da população. O imunizante é aplicado em dose única, devendo ser reforçado após dez anos. No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos nove meses e um reforço aos 4 anos.

Os sintomas da febre amarela são variáveis. Em casos leves, os infectados podem sentir febre, dor de cabeça, no abdômen, costas ou músculos, além de náuseas e vômitos. Já em casos graves, as pessoas podem ter doenças cardíacas, hepáticas e renais que levam até a morte.

Com Agência Brasil

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!