‘Me beija que eu não sou golpista’: Conheça a história dos adesivos que invadiram a folia de BH

adesivos fora temer
Reprodução (Isabella Vinsero/Facebook)

Quem curtiu o Carnaval em BH viu que adesivos e carimbos “Fora Temer” foram a febre do evento e fizeram a cabeça – e o corpo – dos foliões. Cerca de 220 mil foram distribuídos durante os dias de folia e mais de 25 blocos aderiram à moda. Por trás dos materiais, há a iniciativa de um grupo de amigos que, espontaneamente, decidiu pressionar pela saída do atual presidente.

O projeto partiu do Coletivo Alvorada, que desde o ano passado produz material e iniciativas de esquerda em BH. O foco inicial era a fabricação de faixas e bottons de colar com os dizeres “Não vai ter golpe”, mas, logo depois do processo de impeachment, passaram a utilizar o “Fora Temer”. As ações do grupo ficaram conhecidas quando, durante as Olimpíadas, fizeram uma montagem humana da frase lema usando camisetas, cada uma com uma letra, além da faixa “Globo Golpista” que apareceu ao vivo na transmissão da própria emissora.

Neste ano, os organizadores se empenharam para dar o tom ao Carnaval de BH. “Produzimos 260 mil adesivos e para 29 blocos produzimos adesivos específicos. Para o ‘Então, Brilha!’, por exemplo, distribuímos 3 mil exclusivos, além dos outros mais tradicionais”, conta um dos organizadores, “Du das Faixas”, como prefere ser chamado para não se expor. Ele alega não ser aliado de nenhum partido.

“Amar sem temer”, “Me beija que eu não sou golpista” e “Lula 18” foram alguns dos adesivos distribuídos durante o Carnaval..

As ações, que inicialmente partiam do coletivo, tomaram proporções inesperadas. “O mais legal é que diversas vezes chagávamos nos blocos com carimbos e adesivos e vários foliões já tinham seus próprios materiais com o mesmo mote. Por isso, não gosto de falar que é uma iniciativa do Alvorada, mas sim de um monte de gente”, revela Du.

“Até pessoas que não tinham a mesma ideologia política que a gente curtiam os adesivos, principalmente por conta da folia do Carnaval, davam um tom estético. Além disso, foram distribuídos alguns de time de futebol também… era bem bacana!”, contou o organizador. “Não sofri nenhum ataque de quem não tinha a mesma ideologia que a minha, todo mundo foi bem receptivo e elegante”, completou.

Outra ação marcante do grupo no Carnaval de BH foram as faixas e estandartes que marcaram presença pelos blocos. Uma das mais comentadas foi a de 30 metros estendida na passarela da rua Varginha, sob a qual passou o “Então, Brilha!”. O “Chama o Síndico” também estendeu uma faixa no trio que, segundo Du, foi encomendada pelos organizadores do bloco.

Yuran Khan/Bhaz

Para custear os materiais, membros e amigos dos grupos inicialmente faziam “vaquinhas”, mas, como forma de ampliar o financiamento, passaram a fabricar camisas, abadás e até panos de chão com as frases marcantes. As camisas são vendidas por R$ 20, enquanto os abadás custam R$ 15 e os panos de chão R$ 5.

No pós-Carnaval, adesivos e carimbos ainda serão distribuídos por aí, e ainda há bastante material guardado para o Dia da Mulher, 8 de Março, que também receberá intervenções, garantem os organizadores.

Letícia Almeida

Letícia Almeida é redatora no Portal Bhaz

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