A voz embargada de choro da empregada doméstica Maria de Lourdes Fernandes dos Santos, de 41 anos, reflete a falta que o único filho dela tem feito nas últimas semanas. O adolescente Thiago Emanuel, de 16 anos, está desaparecido há mais de um mês e desde então ela é obrigada a conviver com a casa vazia. Ele saiu no dia 15 de fevereiro, do bairro Itapoã, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, onde mora apenas com a mãe, para andar de skate perto do Mineirão. O garoto deixou um bilhete avisando o que faria naquela tarde, porém não voltou mais.
O sumiço de Thiago está sob responsabilidade da Divisão Especializada de Referência da Pessoa Desaparecida da Polícia Civil. No entanto, a investigação corre sob sigilo. Ao Bhaz, a mãe dele contou não ter nenhuma novidade consistente sobre o caso. “A polícia está investigando, mas nós da família não sabemos de nada. É desesperador não saber o que aconteceu”, relata.
Maria de Loures disse ainda que o filho não tinha problemas com ninguém e que era bastante querido entre conhecidos e amigos. “O Thiago sempre foi muito educado, nunca deu trabalho e todos do bairro gostam dele. O pessoal está assustado porque não tem motivo para ele desaparecer”, explica. Segundo ela, o adolescente sempre avisava para onde ia e o que faria, mesmo se a mãe não estivesse em casa. “O Thiago me ligava para avisar as coisas, deixava bilhetes. Sempre conversamos muito e até onde sei não aconteceu nada”, disse.
“O tempo está passando e estou com muito medo de ele não aparecer. Passamos a morar sozinhos há dois meses, ele que me fazia companhia. No dia em que ele sumiu me pediu dinheiro para comprar um mouse novo para o computador, R$ 20, e deixou o celular em casa. Ele saiu apenas com a roupa do corpo”, conta. “Eu já não sei mais o que fazer”, se desespera.
Ao Bhaz, a Polícia Civil informou que as investigações do desaparecimento de Thiago ainda estão em progresso. Segundo a assessoria de imprensa, algumas diligências já foram executadas e outras em andamento. Entre as atividades dos policiais estão entrevistas com familiares e amigos do adolescente, além de investigações de campo. A corporação explica que, por se tratar de um caso em que o desaparecido é menor de idade, o cuidado com a divulgação de informações é redobrada.
