Movimento Sem Terra fecha Afonso Pena e ocupa prédio do Incra em Belo Horizonte

Reprodução/Facebook/Street View

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) começaram a ocupar nesta terça-feira (18) prédios do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em várias cidades do Brasil. Em Belo Horizonte, o edifício localizado na região Centro-Sul foi invadido por dezenas de pessoas. Os manifestantes também tomam conta da avenida Afonso Pena, onde os dois sentidos estão interditados. A mobilização já provoca reflexos no trânsito do Centro.

As ocupações integram a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária. O evento anual também conhecido por Abril Vermelho lembra o massacre de Eldorado do Carajás, no Pará, no qual foram mortos 19 trabalhadores em 1996. O MST e outras entidades que defendem a reorganização da estrutura fundiária pedem aos governos federal e estaduais a destinação de terras públicas ou improdutivas para programas de assentamento.

Integrantes do MST se reúnem na Afonso Pena

Segundo o MST, há no Brasil cerca de 120 mil famílias de trabalhadores sem terra à espera da distribuição de imóveis rurais desapropriados para fins de reforma agrária por não cumprirem sua função social, conforme estabelece o Artigo 186 da Constituição Federal.

Além da capital mineira, superintendências regionais de outros nove estados foram ocupadas: Ceará, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Segundo a assessoria do Incra, as medidas cabíveis para a desocupação dos prédios serão adotadas pelas próprias superintendências, conforme a situação e a necessidade. Um vídeo publicado pela página Mídia Ninja no Facebook mostra o momento da ocupação em BH.

Integrantes do movimento também ocuparam fazendas e bloquearam estradas em diversas partes do país. Só em Pernambuco, o MST diz que ocupou propriedades rurais em dez cidades desde o último sábado, quando as ações do Abril Vermelho no estado começaram.

Na capital pernambucana, Recife, integrantes do MST invadiram nessa segunda (17) a sede do Incra, no bairro dos Aflitos. O prédio já tinha sido ocupado em fevereiro, quando o movimento apresentarou ao governo estadual reivindicações, incluindo a desapropriação de fazendas e a concessão de crédito para as famílias. Em São Paulo, duas grandes áreas foram ocupadas nas primeiras horas da manhã, incluindo a Fazenda Santo Henrique, da Cutrale, em Borebi.

Os manifestantes também criticaram as propostas de reforma trabalhista e da Previdência, principalmente, a Medida Provisória 759, editada em dezembro, com o propósito de facilitar a regularização fundiária em áreas urbanas informais, como favelas e condomínios irregulares. Para o MST, a medida altera em o regime fundiário e ameaça a reforma agrária no país.

Em Curitiba, cerca de mil manifestantes também montaram um acampamento na Rua Doutor Faivre, em frente à superintendência do Incra, bloqueando o tráfego de veículos. Os manifestantes pedem uma audiência com o superintendente regional do Incra. Em Porto Alegre, além de ocupar o pátio da superintendência do instituto, integrantes do MST vindos de várias regiões do Rio Grande do Sul acabaram por impedir o acesso das pessoas ao prédio do Ministério da Fazenda, que funciona no mesmo endereço.

De acordo com o Incra, mais de 977 mil famílias vivem hoje em 9.340 assentamentos rurais e áreas reformadas por intermédio do Programa Nacional de Reforma Agrária. Segundo o instituto, 137,9 mil famílias permanecem acampadas à espera de assentamento em áreas regularizadas.

Da Agência Brasil

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