Citado nas delações de executivos da Odebrecht, o ministro Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços) será homenageado nesta segunda-feira (8) com o título de cidadão honorário de Minas Gerais. A cerimônia, que atende a pedido do deputado estadual Gilberto Abramo (PRB), está prevista para começar às 20h, na ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais).
Marcos Pereira teve o pedido de abertura de inquérito autorizado pelo relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin, em abril último. Presidente nacional do PRB, Pereira é suspeito de receber R$ 7 milhões em propina paga pela Odebrecht com objetivo de garantir apoio à chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014.
Procurada, a assessoria do deputado Gilberto Abramo disse que o parlamentar “acredita na conduta ilibada do ministro, que sempre teve vida pública transparente”. Ainda segundo a assessoria, o motivo da homenagem se deve à contribuição do ministro ao desenvolvimento do país e do Estado.
Já o ministro Marcos Pereira nega qualquer “envolvimento com atitudes ilícitas”. Por meio da sua assessoria de imprensa, ele afirma que não foi notificado, até o momento, das acusações.
“O ministro Marcos Pereira está à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários, muito embora não tenha sido notificado oficialmente nem tenha conhecimento de nada daquilo que é acusado”, diz nota encaminhada pela assessoria do ministro.
“Marcos Pereira agiu sempre dentro da lei enquanto presidente de partido, buscando doações empresariais respeitando as regras eleitorais, e esclarecerá não ter qualquer envolvimento com atitudes ilícitas”, finaliza o texto.
Cunha, cidadão de BH
Condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, é cidadão honorário de Belo Horizonte desde 2015.
O título, entregue a pedido do então vereador e hoje deputado federal Marcelo Aro (PHS-MG), poderá ser cassado com a apresentação de projeto de resolução na Câmara de BH, que suspende a manutenção da honraria a “condenados pela prática de crime contra a economia popular”.
Apresentada pela Mesa Diretora da Câmara em fevereiro de 2016, a proposta ainda aguarda ser inserida na pauta de votação do plenário.