[Coluna do Orion] Nova AMM rejeita projeto de fundos de Pimentel que desaloja escolas no interior

Julvan Lacerda discursa ao lado de Toninho Andrada e Antônio Júlio – Ascom/AMM

Embora busque a conciliação como prática política, o presidente eleito da Associação Mineira dos Municípios (AMM) e prefeito de Moema (Oeste), Julvan Lacerda (PMDB), que toma posse nesta quinta (11), adiantou que uma de suas prioridades será trabalhar pela rejeição, na Assembleia Legislativa, aos projetos do governo mineiro que criam seis fundos imobiliários para atrair R$ 20 bilhões. O motivo é a inclusão, pelo governo mineiro, de imóveis que estão em uso pelos municípios para escolas e postos de saúde.

De acordo com ele, das 1.205 propriedades colocadas pelo governo à venda, há pelos menos um em cada um dos 853 municípios e que a maioria absoluta dos prefeitos não foi consultada. Um deles, Rodrigo Lopes (PMDB), de Andradas (Sul), denunciou a inclusão da Escola Estadual José Bonifácio, de quase 90 anos, que atende a alunos do ensino fundamental. A escola está localizada em um terreno de 2 mil metros quadros sob o valor de R$ 5 milhões. “É uma escola de 1929 e não pode ser fechada nem desalojar os alunos. Não temos pra onde levá-los”, queixou-se o prefeito que já acionou deputados estaduais para mudarem o texto do projeto.

“Se desalojar minha escola, vou desalojar três prédios do município ocupados pelo governo”, avisou Julvan Lacerda, referindo-se aos prédios ocupados pela Polícia Militar, Polícia Civil e escola estadual. Segundo o prefeito, fizeram o projeto sem conversar com os prefeitos, até mesmo para identificar quais terrenos ou prédios poderiam ser colocados à venda.

Julvan Lacerda deverá falar com o governador Fernando Pimentel (PT) nesta quinta, durante sua posse, quando pretende reunir, na mesma cerimônia, as principais forças políticas do estado, incluindo ainda, além do petista, os senadores tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia.

De acordo com o líder do governo, Durval Ângelo (PT), os imóveis que estiverem em uso serão excluídos da relação de alienáveis pela Assembleia.

Líder do governo mineiro apela a aliados para defender Pimentel

Após uma sessão plenária na qual a oposição atacou duramente, e sem contraponto, o governador Fernando Pimentel (PT), o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Durval Ângelo, fez apelo aos membros da base governista, hoje, de quase 60 dos 77 deputados estaduais, para reagirem e fazerem a defesa dele nesta quarta-feira. “Amigos, perdemos a batalha no pinga fogo hoje. Temos que reagir nesta quarta. Precisamos que vários se inscrevam para defender o governo”, disse ele, em mensagem encaminhada aos deputados.

Alguns aliados admitiram, após o recebimento do apelo, que o líder não será atendido em função da insatisfação deles com o governo. Além disso, o clima de desinteresse se abateu sobre os deputados, que, neste ano, cinco meses depois, nada votaram até agora. A paralisia é atribuída ao conflito que distanciou o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (PMDB), principal aliado, do governador. Mas a reclamação geral é, da situação à oposição, é com o não pagamento, pelo governo mineiro, das emendas parlamentares que destinam recursos a obras nos municípios onde os deputados são votados.

Vereadores fazem greve e paralisam Câmara de BH

Dezoito vereadores de Belo Horizonte decidiram fazer greve e paralisar os trabalhos legislativos para pressionar o presidente da Câmara, Henrique Braga (PSDB). Eles cobram acordo feito com Braga, em sua eleição para presidente, de colocar em votação uma ELO (emenda à Lei Orgânica do município) que destina 1% do orçamento da capital mineira a obras escolhidas pelos vereadores na cidade.

Aliado do prefeito Alexandre Kalil (PHS), Braga não põe em votação a proposta, de acordo com vereadores porque recebeu verba da prefeitura para financiar o evento ‘Sermão da Montanha’, organizado por ele, que é evangélico.

Vice-governador prevê fim da aliança com o PT

Desaparecido dos eventos públicos, o vice-governador Antônio Andrade (PMDB), disse, nesta terça (9), que a aliança de seu partido com o PT tem data para acabar e será no dia 31 de dezembro de 2018, final do mandato do governador petista Fernando Pimentel. O recado foi dado na abertura do 34º Congresso Mineiro dos Municípios, realizado pela Associação Mineira dos Municípios (AMM) no Expominas, em BH.

A partir dessa data, segundo ele, o PMDB vai buscar candidatura própria ao governo de Minas. O vice-governador também é presidente estadual do PMDB, mas não fala em nome de todo o partido. Ele divide a liderança partidária com o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes, que, ao contrário dele, tem sido aliado fiel de Pimentel.

Ainda hoje, a bancada do PMDB na Assembleia Legislativa se reúne para iniciar operação de convencimento ao deputado federal Mauro Lopes, pai de Adalclever, para ser candidato a senador na próxima eleição (2018). Caso não aceite, o filho poderá ocupar seu lugar.

(*) Orion Teixeira é jornalista político; leia mais no Blog do Orion em www.blogdoorion.com.br

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