Após delações, Fiemg admite que algumas empresas tiveram “privilégios indevidos”

Vice da Fiemg critica empresários que praticaram atividade econômica predatória/ Yuran Khan/Bhaz

A comemoração do Dia da Indústria, celebrado nesta quinta-feira (25), acontece em meio a uma imensa crise política. A indústria tornou-se um dos personagens centrais após as delações da Odebrecht e da JBS, que revelaram a existência de um esquema milionário de pagamento de propina a políticos. Em entrevista à imprensa, hoje, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Fernandes, reconheceu que algumas empresas tiveram o que ele definiu como “privilégios indevidos no mercado”.

Além disso, segundo ele, tais privilégios já eram conhecidos do setor antes que viessem à tona. “A gente sabia que alguns setores tiveram privilégios indevidos e exorbitantes. Isso, inclusive, desequilibrou a relação intersetorial. É possível perceber isso quando algumas empresas estão bem no mercado. Em contrapartida, seus concorrentes estão mal. Isso não é bom para o conjunto econômico de uma nação”, diz. Segundo ele,  os privilégios que determinadas empresas receberam foram o motivo do desequilíbrio das relações entre os setores.

Segundo Fernandes, esses privilégios somados aos escândalos políticos, prejudicaram a economia do país. “O conluio de uma atividade econômica predatória com um governo relapso quanto aos princípios morais e éticos nos levaram a essas distorções. A consequência é que, um dia, a conta chega. E chegou. Atualmente estamos com  14 milhões de desempregados. Porém, ainda temos saída para a situação, mesmo com uma transição política capenga. Mas, acreditamos que vamos avançar a economia do país” disse ele.

A declaração foi dada durante um debate organizado pela Fiemg, nesta terça-feira (23) na sede da federação. O evento é em celebração ao Dia da Industria, comemorado do dia 25 de maio.  A organização produziu uma ciclo de debates sobre reformas e temas político e econômicos. Nesta terça, especialistas estiveram presentes para debater a reformas da Previdência e tributária e a solvência do estado brasileiro.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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