O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reagiu às críticas de que teria sido condescendente com os irmãos Batista, diretores da JBS, no acordo de delação premiada firmado com a empresa. Em artigo publicado nesta terça-feira (22) no portal UOL, ele afirma que embora os benefícios possam parecer excessivos, o não-acordo teria muito mais lesivo aos interesses do país, “pois jamais saberíamos dos crimes que continuariam a prejudicar os honrados cidadãos brasileiros, não conheceríamos as andanças do deputado com sua mala de dinheiro, nem as confabulações do destacado senador ou a infiltração criminosa no MPF”, afirmou Janot.
Segundo ele, o acordo foi selado por preencher três requisitos. O primeiro foi a gravidade dos fatos envolvidos, sustentados, segundo o procurador, por provas consistentes. O segundo requisito foi a certeza de que o sistema de justiça criminal brasileiro, pelos caminhos convencionais de investigação, jamais chegaria a todos os fatos que foram narrados na delação da JBS. O terceiro requisito foi a situação concreta apresentada pelos irmãos Batista, de que, sem o acordo, a PGR não teria acesso às provas apresentadas na delação.
No artigo, Janot também responde às críticas de que teria sido condescendente demais com os irmãos Batista ao permitir que eles deixassem o país. “Se o acordo tivesse sido recusado, os colaboradores, no mundo real, continuariam circulando pelas ruas de Nova York, até que os crimes prescrevessem, sem pagar um tostão a ninguém e sem nada revelar, o que, aliás, era o usual no Brasil até pouco tempo”.
Leia aqui a íntegra do artigo de Janot