Juca Ferreira é bem aceito para a Cultura em Belo Horizonte

O sociólogo baiano assumirá a Cultura da capital no próximo dia 19/Agência Brasil

A indicação do sociólogo Juca Ferreira para o cargo de secretário municipal de Cultura foi bem recebida pelo meio cultural de Belo Horizonte. Hoje, pelo Twitter, Juca Ferreira posicionou-se sobre o novo desafio. “Estou muito animado com a oportunidade de trabalhar a cultura numa cidade tão criativa e efervescente”, afirmou o futuro secretário, que toma posse no próximo dia 19, segundo informação do gabinete do Prefeito.

Em princípio, ele tomará posse como presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC), que ainda hoje é o principal organismo da Prefeitura na área de Cultura. Ocorre que, no projeto de reforma administrativa, em tramitação na Câmara Municipal de Belo Horizonte, está prevista a recriação da Secretaria Municipal de Cultura.

Caso, até dia 20, o projeto não tenha sido aprovado, Juca Ferreira assume como presidente da FMC, sendo nomeado secretário tão logo o projeto seja aprovado. Nesta segunda (5), por unanimidade, a proposta foi aprovada em primeiro turno pela Câmara. Para tornar-se lei, é preciso que passe pela votação em segundo turno.

Independentemente do cargo no qual irá tomar posse, Juca Ferreira afirma estar otimista em relação a essa nova função.

A experiência de Juca Ferreira em nível nacional foi um dos fatores que levaram o prefeito Alexandre Kalil a convidá-lo a ocupar o cargo. As conversas tiveram início no “Fórum Políticas Culturais em Debate”, realizado há duas semanas, e do qual Juca Ferreira participou.

Para Alexandre Kalil, Juca Ferreira conseguirá dialogar com as vertentes culturais de Belo Horizonte e contribuirá com sua experiência. O prefeito também enfatizou que “o conhecimento e o currículo de Juca possibilitam que ele realize um bom trabalho”.

Em sua publicação, Juca Ferreira agradeceu as mensagens recebidas e disse conhecer “a grandeza, a riqueza e a diversidade da vida cultural de BH, que já é consolidada e reconhecida como um dos importantes pilares da cultura nacional”.

Boa receptividade

O Bhaz conversou com vereadores e pessoas do  meio artístico da capital para saber a opinião deles sobre a indicação de Juca Ferreira e a expectativa para sua gestão.

Para o vereador Arnaldo Godoy (PT), a escolha é um “alento para a cidade”. Ele, porém, faz algumas observações tendo como parâmetro o texto do projeto de reforma administrativa, que, segundo Arnaldo, impedirá um bom trabalho do novo ocupante do cargo. “A secretaria de Cultura, da maneira como o prefeito está propondo, não dá condições para Juca fazer qualquer exercício buscando eficácia nas políticas culturais. Não temos orçamento, nem estrutura orgânica. Se for para a secretaria ser dessa forma, melhor ficar com a Fundação, que já está organizada e montada”, disse.

“Novos dias para a nossa cultura.” Dessa maneira, Berenice Menegale, presidente da Fundação de Educação Artística, recebeu o convite a Juca Ferreira. Ela espera que, em seu novo desafio, o futuro secretário consiga implementar projetos inovadores, valorizando aquilo que é produzido pelos artistas locais. “Nossa cidade necessita de incentivos culturais. E isso deve partir do órgão responsável”, afirma.

Gabriel Murilo é um dos fundadores e coordenadores da ONG Embaixada Cultural. Ele espera que, após a recriação da secretaria, Juca Ferreira formule políticas culturais de forma a possibilitar a melhor distribuição de recursos em projetos públicos. “Juca foi um dos responsáveis por realizar transformações em nosso país a partir de políticas públicas que englobaram todos os âmbitos. Se ele fez isso a nível nacional, poderá fazer muito mais em nossa cidade”, disse.

Ao aceitar assumir a Cultura de BH, “Juca demonstrou generosidade com uma cidade que está se reconstruindo”, afirmou a vereadora Cida Falabella (PSOL), que diz ter ficado surpresa e alegre com a indicação. Para ela, isso é reflexo do debate promovido pela área cultural com relação à reforma administrativa. “Ganhamos muito com o olhar do Juca, pois a trajetória dele é incrível. Acreditamos que a cultura será forte nesta legislação”, afirmou a vereadora.

Há 25 anos, o músico trompetista Adriano Jorge trabalha na área cultural. Quando ficou sabendo, por uma amiga, que Juca Ferreira foi o nome escolhido, ele disse ter ficado muito alegre. “Entre os nomes que poderiam ser indicados, o do Juca era o mais qualificado.” O músico espera que ele redefina as diretrizes da Lei Municipal de Incentivo à Cultura

Quem é Juca Ferreira

O sociólogo Juca Ferreira nasceu na Bahia, e em sua trajetória profissional, tem se dedicado à vida política e às ações culturais e ambientais. Foi líder estudantil secundarista e, em 1968, chegou a ser eleito presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), no dia em que foi decretado o AI-5,  que fechou a Ubes, entre outras deliberações.

No segundo mandato do presidente Lula, ele foi ministro da Cultura entre julho de 2008 e dezembro de 2010, após a saída de Gilberto Gil, de quem foi secretário-executivo.

Entre 2013 e 2014, Juca Ferreira foi secretário de Cultura do Município de São Paulo, na gestão de Fernando Haddad. Em 2015, ele retornou ao cargo de ministro da Cultura, agora no governo de Dilma Rousseff.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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