Durou pouco mais de um dia o embate entre o líder do prefeito na Câmara Municipal de Belo Horizonte, Léo Burguês, e alguns vereadores, que ficaram irritados com o substitutivo apresentado nesta terça derrubando mais de cem emendas propostas por eles ao projeto de reforma administrativa do prefeito Alexandre Kalil. No final da tarde, Léo Burgues retirou o substitutivo, pondo fim ao clima tenso que predominou durante todo o dia na Casa.
À tarde, em conversa com o Bhaz, Léo Burguês disse que foi acertado com os vereadores que “aqueles que tivessem um bom número de emendas acatadas no primeiro turno deveriam, no segundo turno, propor apenas emendas essenciais ao projeto, evitando votações desnecessárias e que atrasariam o processo”, disse.
O fato causou um tremendo mal estar entre alguns vereadores, que se sentiram traídos por Léo Burguês e pediram que ele deixasse de exercer a liderança do governo. Para Pedro Patrus (PT), as possibilidades de dialogar com Léo Burguês estão encerradas e a questão necessita ser decidida no voto, em Plenário.
Também à tarde, o vereador Gabriel Azevedo (PHS) afirmou que continuará lutando pela aprovação das mudanças que ele defende no texto da reforma, como a necessidade de ensino superior para assumir cargos de gerência, por exemplo. Ele alegou que houve quebra de confiança para com o governo após atitude de Léo.
No entanto, segundo Léo Burguês, “alguns vereadores não cumpriram o que foi acordado, como o vereador Gabriel. Ele, sim, faltou com a palavra, ao propor mais emendas do que o combinado, sendo que ele teve um bom número de emendas aceitas. Eu mantive 100% da minha palavra, tanto que fiz reuniões e apresentações do projeto”, explicou o líder do prefeito.
O portal Bhaz entrou em contato com Gabriel Azevedo (PHS), que alegou ter ficado surpreso com o segundo substitutivo. “Léo marcou uma reunião com os vereadores quando seriam negociadas as subemendas, mas ele não compareceu. Fomos surpreendidos com a notícia do substitutivo dois, e mais do que isso, em plenário ele disse que retiraria o segundo se nós retirássemos as emendas.”
Gabriel lamentou a postura do líder, que acabou proporcionando um clima desfavorável em uma votação que tudo estava transcorrendo bem.
Tanto Léo Burguês quanto Gabriel Azevedo desejam que a reforma administrativa seja aprovada o mais rápidamente possível, pois, para eles, a cidade necessita urgentemente das mudanças. “De minha parte, não há dificuldade. O Léo errou, mas a cidade precisa da aprovação do projeto”, afirmou Gabriel Azevedo.
Para o vereador Wellington Magalhães (PTN), agora será o momento de os parlamentares definirem se são oposição ou situação. Ele alertou ainda que não dá para negociar e fechar acordos com todos os parlamentares sobre o assunto.
O texto da reforma administrativa precisará passar pelas comissões de Legislação e Justiça, de Administração Pública, de Orçamento e de Meio Ambiente para que possa retornar ao plenário da Câmara Municipal para votação em segundo turno.
Atualizado às 20h20, para a inclusão da informação de que o líder do prefeito havia retirado o substitutivo
