‘Eu queria morrer na hora’, diz adolescente ao explicar tatuagem na testa e suposto furto

Reprodução/G1

O adolescente de 17 anos que teve a testa tatuada após ser apontado como responsável por uma tentativa de furto, em São Bernardo do Campo (SP), vai começar a remover as marcas nos próximos dias. Clínicas que fazem o procedimento procuraram a família dele para oferecer o serviço sem custos.

Segundo o coordenador da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos da Pessoa Humana, o advogado Ariel de Castro Alves, que assumiu o caso, o adolescente foi exposto à uma espécie de “desfile da vergonha” logo após ter a testa tatuada. Ele falou a respeito ao jornal Extra.

“A coisa que ele mais quer é uma cirurgia de remoção da tatuagem. Ele estava com tanta vergonha que não queria voltar para casa. A família teme que o estigma da tatuagem possa piorar ainda mais a vida dele, que precisa de um tratamento para a dependência do álcool e do crack”, explicou Alves na entrevista.

Reprodução/YouTube

De acordo com o advogado, o adolescente contou que havia ingerido bebida alcoólica e feito uso de drogas quando encontrou a porta pensão onde tudo ocorreu aberta. Ele disse ter entrado no local e sido abordado pelo tatuador e pelo vizinho dele. Os dois foram presos depois de amarrar e tatuar o rosto do rapaz. Eles ainda teriam o obrigado a participar de uma espécie de “desfile da vergonha”, quando saíram pelas ruas mostrando a tatuagem aos outros.

A reportagem ainda relata que o jovem mora com uma avó e o tio em uma casa do bairro Ipê, considerado de classe média no ABC paulista. No entanto, nenhum deles possui renda fixa e correm o risco de ser despejados ao longo do próximo mês. A família também não tinha o que comer quando Alves esteve no local.

O adolescente parou de estudar ainda na oitava série do ensino fundamental e tem sido acompanhado pelo Conselho Tutelar por causa da dependência química. Ele já fez tratamentos em um Centro de Atenção Psicossocial de São Bernardo do Campo e não tem passagens pela Fundação Casa.

Agora, a Polícia Civil e o advogado da família avaliam se o rapaz deve ser integrado a algum tipo de programa de proteção. Um vídeo divulgado pelo G1 mostra a versão do adolescente para o que ocorreu no dia da tatuagem. Ele explica que não tentou roubar a bicicleta e que queria morrer no momento em que foi torturado.

Veja:

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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