Em entrevista concedida à revista Época, o empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, afirmou que o presidente da República Michel Temer (PMDB) “é o chefe de uma das quadrilhas mais perigosas que o país já teve”.
A conversa relata desde o primeiro encontro ocorrido entre eles, até os pedidos realizados por Michel Temer. Segundo Joesley, a relação entre eles nunca foi de amizade, apenas institucional.
Logo na segunda vez que se encontrou com o pmdebista ele passou o contato pessoal e após alguns dias recebeu pedido de dinheiro para campanha. “Esse negócio de dinheiro para campanha aconteceu logo. O Temer não tem muita cerimônia para tratar desse assunto. Não é um cara cerimonioso com dinheiro”, disse o empresário.
A relação entre o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) e o presidente da república também é destacada. Joesley Batista afirmou que Temer era o “superior hierárquico” de Cunha. E que quando ele não conseguia resolver os problemas através de outras pessoas o presidente o ajudava.
O empresário contou sobre a “compra de silêncio” de Eduardo Cunha alegando que acabou virando refém de dois presidiários, referindo-se a Cunha e ao empresário Lúcio Funaro. “O Eduardo me pediu 5 milhões. Disse que eu devia a ele. Não devia, mas como ia brigar com ele?”, disse Joesley.
Para Joesley, Michel Temer coordena a organização criminosa da Câmara. O grupo é composto pelo presidente, por Eduardo Cunha, deputado cassado; Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria de Governo do governo Temer; Henrique Eduardo Alves, ex-ministro do Turismo no governo Temer; Eliseu Padilha, atual ministro da Casa Civil; e Moreira Franco, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência. “É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites”, enfatizou o empresário à revista.