[Coluna do Orion] PMDB decide na sexta se expulsa senador Zezé Perrela

Divulgação/Jefferson Rudy/Agência Senado

Membros da executiva estadual do PMDB convocaram reunião para a próxima sexta (7), a fim de discutir, entre outros temas, a expulsão do senador Zezé Perrela. Eleito pelo PSDB, Perrela filiou-se no início deste ano, em Brasília, sem consulta ou aval da executiva, que se sentiu atropelada. Além disso, há regra interna estadual de não aceitar a filiação de parlamentar com mandato.

Em fevereiro passado, a bancada estadual do PMDB divulgou nota criticando a medida e pedindo a saída de Perrela, que é muito ligado ao senador tucano Aécio Neves. Após rompimento com o governador Fernando Pimentel (PT), o vice-governador e presidente estadual do PMDB, Antônio Andrade, buscou aproximação, em dois atos, com o PSDB à revelia da executiva e da bancada estadual do partido. Primeiro, apoiou a candidatura derrotada a prefeito de Belo Horizonte do tucano João Leite (deputado estadual) e, depois, filiou Perrela.

A bancada desconfia da filiação do ex-tucano e quer reafirmar, em outra pauta, a continuidade da aliança com o PT de Pimentel. A medida poderá provocar a desfiliação de Andrade e seu grupo político e de pré-candidatos a governador, como o deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça que irá votar se aceita ou não a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB).

Aécio deve renovar licença do comando do PSDB

O tucano Aécio Neves foi autorizado pelo ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), a retomar o mandato no Senado, nesta terça-feira (4), quando deverá fazer pronunciamento em sua defesa. Ele foi acusado de corrupção passiva pelo procurador-geral Rodrigo Janot após delação da JBS e foi gravado pedindo dinheiro ao dono dessa empresa. Aécio rebate a acusação, mas volta ao cargo com o prestígio em baixa. Por isso, há uma turma que quer vê-lo fora do comando para que seu desgaste não contamine o partido.

Outra, e razão maior, é que a sua volta fortalece a ala tucana que deseja manter o apoio ao governo de Michel Temer (PMDB). Tudo somado, Aécio deve renovar a licença da presidência do PSDB, até para não ser derrotado, sob o argumento de que irá se concentrar na defesa própria junto ao STF, onde responde a nove inquéritos. Nos bastidores, no entanto, irá trabalhar fortemente para defender a manutenção de apoio a Temer, porque a morte desse é dele também, como num abraço de afogados. Ou se salvam os dois ou nenhum.

Hoje, dos 46 deputados federais tucanos, oito dizem abertamente que irão votar, no plenário, contra Temer, apenas cinco dizem sim.

Deputados confirmam cargos sem concurso no MP

Os deputados estaduais confirmaram, nesta segunda (3), em 2º turno, a aprovação do projeto que cria 800 cargos comissionados, ou seja, podem ser contratados sem concurso no Ministério Público. Isso já acontece no Judiciário, Executivo e no Legislativo, onde todos têm assessores comissionados, os chamados cargos de confiança. A única polêmica aí é que, dessa vez, o pedido é do Ministério Público, que sempre fiscalizou e cobrou concurso público de prefeituras e governos, para evitar apadrinhamentos, falta de transparência, etc.

Os deputados aceitaram os argumentos dos comandantes do Ministério Público, que estavam presentes à votação, de economia e de contratação sem estabilidade, mas à boca pequena dizem que, agora, os promotores não poderão mais cobrá-los, e aos prefeitos, pela criação de cargos sem concurso.

O MP diz que a medida não contraria os princípios da moralidade e que trará mais economia, porque os contratados ganharão menos do que os servidores concursados, que têm direito a gratificações e à estabilidade no emprego.

Pimentel quer urgência em projeto para vender imóveis estatais

O governador Fernando Pimentel (PT) fez novo pedido de regime de urgência para a votação de seu projeto que cria os fundos imobiliários no Estado. A votação deve acontecer até a próxima quinta-feira, junto de outros projetos, como o da LDO, que fixa as diretrizes para investimentos e despesas estaduais no ano que vem.

Por esse projeto, o estado vai criar fundos imobiliários que permitirão arrecadar de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões no primeiro ano. Haverá dois fundos: no primeiro, estão cerca de 4 mil imóveis inalienáveis, entre terrenos, casas e prédios, incluindo aí a Cidade Administrativa, sede do Executivo mineiro. No segundo fundo, estarão cerca de 1,6 mil bens que poderão ser vendidos.

“O Estado vai usar imóveis, muitos sem venda, para captar dinheiro no mercado. No fundo poderá emitir cotas, e quem comprá-las, vai resgatar e pagar futuramente”, afirmou o secretário da Fazenda, José Afonso Bicalho.

Temer abre a semana atrás de votos

O presidente Michel Temer (PMDB) terá o prazo de 10 sessões para apresentar sua defesa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados contra a denúncia de corrupção passiva feita pela Procuradoria-Geral de Justiça.

Temer quer reduzir o prazo para que a votação na comissão e no plenário terminem ainda em julho, que é também quando, na segunda metade do mês, acontece o recesso parlamentar.

A luz amarela está acesa no governo federal. Feita pesquisa, ele tem apenas um voto a mais do que precisaria para ganhar na CCJ. No plenário, precisa de 172, mas até agora apenas 45 se manifestam a favor dele publicamente, conforme levantamentos feitos pelos jornais Folha de S. Paulo e O Globo, divulgados no domingo (2).

É lógico que estão dizendo que esconder o voto é boa estratégia, mas estão todos apreensivos. Já os que votam contra, ou seja, darão apoio à continuidade das investigações somam 130 parlamentares, 212 a menos do que o mínimo necessário para que a denúncia seja aceita. Outros 112 afirmaram que não sabem ainda como votarão e 57 não quiseram se posicionar. Se o deputado federal não comparecer à votação, indiretamente, conta a favor de Temer.

A maior parte dos deputados tomou chá de sumiço. Ninguém quer antecipar o voto ou se expor às pressões do governo ou da opinião pública. Muitos empurram a decisão para seus partidos, que, nesta semana, devem discutir o assunto. Outra parte está esperando a defesa do presidente se manifestar. E um terceiro grupo quer esperar o resultado da CCJ.

(*) Jornalista político; leia mais no www.blogdoorion.com.br

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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