O goleiro Bruno Fernandes foi autorizado, nesta quarta-feira, 2, pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a trabalhar externamente. O jogador dará aulas de futebol, de segunda a sexta-feira, para crianças e adolescentes do Núcleo de Capacitação para a Paz (Nucap), na cidade de Varginha. A entidade é uma organização da sociedade civil que presta serviços de caráter público, voltada para a inclusão e a ressocialização de presos.
A autorização para o trabalho externo foi dada pela 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha. No Nucap, o goleiro poderá ter acesso a familiares. Entretanto, visita à área externa ou a pessoas estranhas à entidade está vetada. O goleiro será buscado pelo núcleo dentro do pátio da unidade prisional e não terá contato com o mundo externo.
Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo homícidio triplamente qualificado de Eliza Samudio. Além disso, ele é acusado de ocultação do cadáver da vítima e do sequestro do menor Bruno Samudio.
O recurso contra a condenação do goleiro será julgado no TJMG em 13 de setembro. Na mesma data, julgado outro processo, que questiona a expedição da certidão de óbito de Eliza Samudio.
Bruno Fernandes está preso no presídio de Varginha desde o dia 27 de abril, quando se entregou após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar uma liminar que lhe concedia liberdade. Durante o período fora da prisão, Bruno foi contratado pelo clube de futebol Boa Esporte.
Controle
Periodicamente, a entidade terá que encaminhar controle de frequência e listagem de atividades desenvolvidas por Bruno. Toda irregularidade deverá ser comunicada à Justiça.
Os dias trabalhados no Nucap serão usados para fins de remição da pena. O presídio também deverá informar à Justiça sobre a disciplina do goleiro.
Nucap
A entidade apoia a reinserção social e a recuperação dos condenados, de forma a contribuir para a redução da reincidência no crime. Cerca de 60 crianças, filhos de condenados e de egressos, são atendidos pelo Núcleo. No local, elas recebem alimentação e reforço escolar. Também participam de atividades como natação e futebol, além de receberem atendimento psicológico e assistência social.
Segundo o despacho, o goleiro tem bom comportamento e não apresenta alteração psicopatológica. “O reeducando deve se inserir em atividades laborativas com o fito de recuperação de sua dignidade”, diz o documento.