Funcionários da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) realizaram na tarde desta segunda-feira (21) um abraço simbólico na sede da empresa, localizada na avenida Barbacena, bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul da capital. Eles são contrários ao leilão das usinas hidrelétricas São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande, previsto para ocorrer no próximo dia 27.
O possível leilão pode gerar reflexos negativos ao consumidor, como, por exemplo, o aumento das tarifas. Isto porque, a partir do momento em que as usinas deixarem de pertencer à Cemig, a estatal passara a ter que recorrer ao Mercado Livre de Energia para adquirir a energia de que precisa para atender à demanda total de seu mercado consumidor. De acordo com o diretor de Geração e Transmissão da empresa, Franklin Moreira, “o único que sairá beneficiado será o governo federal, pois conseguirá fazer um bom caixa arrecadando recursos para fazer frente ao ajuste fiscal”, declara.
O ato, que contou com boa participação dos funcionários que compõem o quadro da empresa, teve ainda a presença de diversas lideranças sindicais, além de deputados federais e estadual. Os deputados Adelmo Leão (PT), Reginaldo Lopes (PT) e Jô Moraes (PCdoB) discursaram, colocando-se contrários à prática do governo federal de leiloar as usinas.
Para Adelmo Leão, o ato proporcionado pelos funcionários da empresa simboliza a luta pela manutenção de um patrimônio do povo mineiro. “A Cemig é patrimônio da classe pobre e não um produto de mercado. Por isso, continuaremos firmes na luta pela manutenção das usinas, que representará o fortalecimento do estado democrático de direito”, disse o deputado.
Durante o abraço, uma faixa da avenida Barbacena ficou interditada para que todos os presentes pudessem participar do ato. Na usina de São Simão, funcionários realizarão vigília nesta terça-feira (22) no aguardo da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para saber se haverá ou não o leilão das usinas.