No Pará e na Bahia, naufrágios deixam, até agora, 42 mortos

No Pará, 19 corpos foram resgatados até esta manhã; buscas continuam

Em Menos de 48 horas, dois naufrágios de barcos de passageiros produziram, até agora 42 mortos. Na terça-feira, 22, à noite, o naufrágio da embarcação Capitão Ribeiro deixou 19 mortos no Rio Xingu, no Pará. Nesta quinta, 24, pela manhã, 23 pessoas morreram quando uma lancha virou durante a travessia entre Mar Grande e Salvador, no litoral da Bahia. No acidente baiano, a suspeita é de que tenha sido causado pelo excesso de lotação; no Pará, a hipótese é de que a embarcação tenha sido atingida por uma tromba d’água.

No Pará, as equipes de busca por desaparecidos do naufrágio da embarcação de passageiros Capitão Ribeiro, no Rio Xingu, no Pará, resgataram esta manhã os corpos de mais nove pessoas, aumentando para 19 o número de mortes no acidente. A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social informou, por meio de nota, que os corpos encontrados hoje são de três mulheres, duas meninas e quatro homens.

De acordo com a Defesa Civil, 23 pessoas foram resgatadas com vida e sete permanecem desaparecidas e estão sendo procuradas pelos parentes. Com isso, segundo a Secretaria de Segurança, 49 passageiros estariam a bordo da embarcação naufragada na noite do último dia 22, no trecho do rio entre as cidades de Porto de Moz e Senador José Porfírio, no sudoeste do Pará.

Segundo o Corpo de Bombeiros, os corpos foram achados flutuando, a uma distância de cerca de quatro quilômetros do local onde está fundeada a embarcação, que saiu de Santarém e seguia para Vitória do Xingu. Os corpos estão sendo levados para o ginásio municipal de Porto de Moz, onde os peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves fazem o trabalho de identificação, seguido de reconhecimento por parte dos familiares para a liberação.

O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estadual coordenam as ações de busca, salvamento e atendimento social na sede da Câmara Municipal. No local foi instalado um gabinete de crise com a presença das forças de segurança estaduais, poder executivo municipal e demais órgãos envolvidos na operação de resgate às vítimas do naufrágio.

A Polícia Civil já ouviu integrantes da tripulação e sobreviventes. O delegado Elcio de Deus, de Porto de Moz, disse que muitos sobreviventes relataram que a embarcação foi atingida por uma tromba d’água, fenômeno semelhante a um tornado.

“A tripulação disse ter visto, no horizonte, algo com o formato de um funil, acompanhado de muita chuva e vento forte, e que teria pego o barco pela popa e o afundado. De acordo com os relatos a embarcação girou e afundou em seguida”, informou o delegado.

Mais de 100 pessoas estavam no barco, na Bahia

De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), cerca de 100 pessoas já deram entrada para atendimento nas unidades de saúde da Ilha de Itaparica, por causa do acidente. A coordenação do Samu informou que os resgatados com vida não serão mais levados para Salvador. Serão encaminhados para cidades próximas. Somente casos graves devem ser atendidos na capital.

Marinha enviou  embarcações para auxiliar na busca de sobreviventes no litoral da Bahia (Agência Brasil)

No local do náufragio, próximo à ilha de Itaparica, agentes dos órgãos de Defesa e Resgate enfrentam dificuldades devido aos fortes ventos. Os órgãos do governo estão prestando no local. Mas alguns reclamam que ainda tem dificuldade em confirmar se parentes estavam na embarcação que naufragou.

A costureira Rosa Maria conta que demorou para conseguir a confirmação da morte da sobrinha, Alessandra Santos, cuja idade não soube precisar. “Ela tem uns 40 anos e não resistiu, foi achada morta na praia, mas o marido dela foi encontrado com vida e socorrido. Eles nos recebem aqui e nos levam para o fundo do terminal para que a imprensa não veja a falta de informação”, diz.

Um dos membros da Associação em Defesa dos Passageiros, José Batista Lima, disse que moradores da Ilha de Itaparica já haviam relatado as péssimas condições das lanchas e a falta de fiscalização. “Os moradores da ilha pediram nosso apoio e eu iria para lá no sábado, para averiguar a situação das lanchas e fazer um ofício às autoridades competentes. Os moradores me diziam que se houvesse fiscalização isso não aconteceria, porque a lancha estava em estado muito ruim”, disse.

Da Agência Brasil

Marcelo

Marcelo Freitas é redador-chefe do Bhaz

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