Crônica de jornal erotiza estagiária ‘loura-violão’; texto rende enxurrada de críticas

Melissinha. Esse foi o apelido dado pelo jornalista Guilherme Goulart a uma estagiária protagonista de uma crônica escrita por ele para o jornal Correio Brasiliense, de Brasília. O texto foi publicado nessa segunda-feira (11) e tem recebido uma série de críticas nas redes sociais. Isso porque internautas de diferentes partes do país apontam que o material contém discurso machista. “Mocinha de 19 anos”, “loura-violão”, “a balançar os quadris” e “decotinho perverso” foram algumas das expressões usadas pelo autor da crônica em referência à jovem.

O texto chamado de “O primeiro dia de trabalho de Melissinha” foi excluído das redes sociais do Correio Brasiliense logo que virou alvo de críticas. No entanto, diversas reproduções dele foram parar em outras páginas do Facebook. Na Jornalistas contra o assédio, um print da tela com o material já tem mais de mil compartilhamentos, além de centenas de reações.

“Não vamos compartilhar um único trecho deste texto porque ele todo fala por si. Fala pelo que a mulher ainda enfrenta dentro de uma redação. Fala pelo machismo que objetifica, reduz e faz adoecer. Fala por tudo aquilo que mostra que, sim, ainda há muito a ser feito e não, não vamos nos calar”, diz a legenda da imagem, que virou alvo de um “vomitaço”.

A maioria dos comentários condena a postura do jornalista responsável pela crônica e do Correio Brasiliense, enquanto outros internautas se limitam a demonstrar descontentamento com a publicação. “Que nojo. O jornal precisa se posicionar no mínimo”, escreveu uma mulher. “Nojento. Conto erótico machistinha de quinta”, comentou outra. “Não acredito que tiveram a capacidade de publicar isso”, disse uma terceira. E as críticas renderam um pedido de desculpas.

Reprodução/Facebook

Retratação

Muita gente acreditava que o jornalista Guilherme Goulart escreveu a crônica como uma crítica aos assédios sofridos pelas mulheres nas redações, mas ao que parece não foi essa a intenção. Isso porque ele escreveu um pedido de desculpas dizendo ter cometido um “erro sem perdão”. O texto foi publicado nesta terça-feira (12).

“Ao escrever uma crônica publicada ontem pelo Correio Braziliense, fiz o pior: constrangi a minha mãe, as minhas avós, a minha mulher, as minhas filhas, as minhas amigas, as minhas colegas de trabalho, enfim, todas as mulheres. Reconheço o meu erro e aceito todas as consequências disso”, escreveu logo no primeiro parágrafo. Clique aqui para ler na íntegra.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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