Começou o cerco aos criminosos da Rocinha; espaço aéreo foi fechado

Cerco à Rocinha está sendo feito por tropas das Forças Armadas

Começou o cerco do Exército à favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. O primeiro contingente de homens da Forças Armadas que farão um cerco à Rocinha chegou exatamente às 16h10 na comunidade, na zona sul da cidade. Cerca de 150 soldados do Exército e da Aeronáutica entraram na parte baixa da comunidade junto ao túnel Zuzu Angel. Eles foram acompanhados por policiais militares e alguns grupos se espalharam pelas principais ruas da localidade, no interior da favela.

A Força Aérea Brasileira informou que o espaço aéreo no entorno da favela da Rocinha foi fechado hoje (22) às 13h50 por determinação do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) da Aeronáutica. Helicópteros e aeronaves particulares não podem sobrevoar a região da favela da Rocinha. Apenas helicópteros oficiais podem permanecer no espaço aéreo para dar apoio às equipes de terra que ocupam a comunidade da Rocinha.

A missão principal das Forças Armadas é fazer um cerco à Rocinha para apoiar as operações das polícias civil e militar. Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann informou, por meio do Twitter, 950 homens das Forças Armadas e dez blindados participarão do cerco a criminosos na Rocinha. O pedido para que o Exército participasse da operação foi feito pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão.

Os militares fazem parte do efetivo do Comando do Militar Leste, que dispõe de cerca de 30 mil homens no Rio de Janeiro. Jungmann anunciou a participação das Forças Armadas no cerco após reunião com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto. Segundo Jungmann, o objetivo é que eles façam um cerco ao redor da Rocinha para que o policiamento local possa subir e entrar na comunidade.

O ministro ressaltou que o “Exército não substitui polícia” e que, apesar de urgente, a ação pode ter efeitos estruturais no combate à violência. “Estamos agindo emergencialmente, mas também estruturalmente”, declarou. Jungmann disse que o presidente Temer reiterou o apoio das forças federais ao Rio de Janeiro e disponibilizou todos os recursos necessários para as operações de reforço da segurança no estado. Segundo o ministro, nos próximos dias Temer deve anunciar um amplo pacote na área social para compor as ações de inteligência, segurança e Justiça no Rio de Janeiro.

Mais cedo, Jungmann se reuniu com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para buscar apoio na criação de uma força-tarefa federal, composta por procuradores, juízes e policiais federais para atuar no combate ao crime organizado e ao “estado paralelo” de instituições que foram “capturadas pelo crime organizado” no Rio de Janeiro.

Rocinha, a maior favela do Rio de Janeiro, é palco, desde domingo, de tiroteios entre grupos rivais (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Conflito na Rocinha

A comunidade da Rocinha, a maior do Rio de Janeiro, é alvo de operações diárias da Polícia Militar desde o último domingo (17), quando houve confrontos entre grupos criminosos rivais pelo controle de pontos de venda da comunidade. Na manhã de hoje (22), houve intenso tiroteio entre criminosos e policiais.

O comandante da 1ª Divisão do Exército, general Mauro Sinott, informou,  após reunião com o secretário de Segurança do estado do Rio de Janeiro, Roberto Sá, que as Forças Armadas ajudarão também no controle do trânsito das ruas do entorno e no tráfego aéreo sobre o morro da zona sul da cidade do Rio de Janeiro. “[Vamos atuar] a fim de liberar os contingentes de polícia para ações mais específicas de polícia”, disse o general.

Na manhã de hoje, houve um tiroteio intenso entre policiais e criminosos, que provocou o fechamento da Auto-Estrada Lagoa-Barra, que liga o bairro de São Conrado à Gávea. Cinco escolas e três unidades de educação infantil da prefeitura fecharam as portas, deixando quase 2.500 alunos sem aulas.

A troca de tiros que se intensificou hoje na favela da Rocinha, na Gávea, zona sul do Rio desde cedo, suspendeu às atividades na Pontifícia Universidade Católica (PUC), na região administrativa da Rocinha, no posto do Detran da Gávea e também a Clínica São Vicente, no alto da Gávea, que fechou para consulta a pacientes e dispensou os funcionários. Clínicas da família e outros serviços de atendimento também suspenderam o atendimento, por medida de segurança. Mais de 2.550 crianças ficaram sem aulas nesta sexta-feira na Rocinha.

Da Agência Brasil

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!