Rita Lee, Tom Jobim, Carmem Miranda, Villa Lobos, Roberto Carlos estão retratados de um jeito inédito em BH. No MIS Cine Santa Tereza está em cartaz a exposição ““Solo – Álbum das Glórias Musicais Brasileiras”. São 31 obras feitas em cerâmica que mostram a caricatura de grandes nomes da MPB em alto relevo.
Qualquer um fica encantado com a perfeição, os detalhes e a semelhança das peças. Este final de semana é a última chance de você ver as obras de pertinho. A exposição fica em cartaz só até neste domingo (1). A visitação é gratuita.
É possível perceber uma riqueza de detalhes e muita história. Como o clássico batom vermelho de Rita Lee, as frutas em Carmem Miranda e o calçadão do Rio de Janeiro para retratar a bossa de Tom Jobim. Já para retratar Noel Rosa, buscou a vida boemia que ele levava na Lapa e para Jacob Bandolim, a música “Noites Cariocas”.
Também tem Caetano Veloso, Milton Nascimento, Raul Seixas, Chico Buarque, Raul Seixas, Elomar e Roberto Carlos.
Exposição
A exposição “Solo – Álbum das Glórias Musicais Brasileiras” é uma criação do artista Luiz Eugênio Quintão, de 58 anos – mais conhecido como Genin. De grande versatilidade, o artista já trabalhou com desenhos, charges, cartuns e agora, a cerâmica é o material escolhido.
A inspiração de retratar ícones da música brasileira surgiu em um passeio de Genin por um museu em Paris. “A ideia surgiu quando vi uma obra do escultor Honoré Daumier, em que ele retratava com cerâmica caricaturas de rostos de representantes políticos. Então, resolvi utilizar a técnica numa temática importante para o cenário brasileiro e dentro do meu gosto”, relembra Genin.
O primeiro passo foi montar uma lista com os compositores e cantores da MPB. “Fiz uma relação de mais de 50 nomes. Na hora de escolher quais iria esculpir, procurei variar os estilos e épocas. Nessa exposição, temos desde Villa Lobos a Roberto Carlos e de Tom Jobim a Gonzagão”, conta Genin.
Para chegar nesse resultado, foram seis anos de trabalho, sendo cerca de um mês gasto para produzir cada peça. “Primeiro faço a pesquisa sobre a vida do artista para retratar características de quem a pessoa foi. Depois esboço a caricatura para então ir para cerâmica. Abro a placa de argila, corto e faço uma espécie de colagem para depois esculpir”, explica Genin.
Depois desse processo inicial, a peça ainda passa por um tempo de secagem. “São duas semanas secando naturalmente; depois, vai para o forno. Se for o de lenha, são quatro dias seguidos queimando. Já o elétrico é de um dia para o outro”, conta Genin.
O artista
Luiz Eugênio é formado em Engenharia Civil e após atuar na área por cinco anos, decidiu trabalhar com a arte. “Desenho desde menino. Tudo mundo nasce desenhando. Uns param e outros continuam. No meu caso, eu decidi continuar”.
Hoje, Luiz vive somente da arte. Já trabalhou como cartunista e chargista em grandes jornais. Atualmente, o foco está nas exposições e esculturas. “No centenário de Carlos Drummond de Andrade, fui convidado para fazer três esculturas em tamanho real em Itabira. Depois fiz um escultura por encomenda do Telê Santana e, recentemente, fiz uma do Zé Aparecido, para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
“Nunca foi fácil viver de arte. Então eu procuro variar, desde projetos gráficos até cerâmica. Esculturas para praça pública. Aposto na diversidade”, diz Eugênio. E já adianta: “Futuramente, a nova série será só de cabeças de músicos internacionais”.
Serviço
“Solo – Álbum das Glórias Musicais Brasileiras”, de Genin Guerra
Onde? MIS Santa Tereza (Rua Duque de Caxias, Santa Tereza)
Quando? Até 1º de outubro, das 10h às 21h
Valor? Entrada gratuita