A boate Wood’s, localizada em Nova Lima, na região metropolitana da capital, está sendo acusada de homofobia. De acordo com frequentadores da casa, seguranças e funcionários do local foram desrespeitosos com o público da cantora Pabllo Vittar. O show aconteceu no local na última quarta-feira (27).
As avaliações do espaço no Facebook caíram para 1, enquanto que, várias postagens da casa estão servindo de espaço para que outras pessoas façam desabafos em relação ao assunto. Os administradores da página retiraram a visualização das notas.
O relato com maior audiência até agora é o de Filipe Rocha, 30 anos. Segundo ele, muitas pessoas passaram por problemas na casa no dia do show. Ele alega que ira mover um processo contra a casa de show. “A gente nunca imagina que isso vai acontecer. É um baque. Mas, agora, quero lutar contra isso e fazer valer a igualdade. Estou me expondo para lutar contra a homofobia da Wood’s”, afirma.
De acordo Filipe, a primeira confusão foi na entrada da boate. A casa tem um regulamento que não permite que homens entrem de bermuda no local. Entretanto, ele conta que ligou para o local e questionou se o uso seria liberado. “Um dos seguranças me abordou de forma grosseira, dizendo que eu já podia dar meia volta e ir em casa colocar um calça, caso eu quisesse entrar. Porém, horas antes do evento, eu entrei em contato com a Wood’s e me passaram a informação de que, como se tratava de um evento LGBT, seria permitido a entrada de pessoas com bermuda. Aliás, eu não entendi esse argumento”, conta.
O jovem explicou a situação aos seguranças que permitiram a sua entrada. “Começamos a entrar e mais uma vez fui abordado por outro segurança dizendo que não seria permitido entrar de bermuda. Mais uma vez, tive o desgaste de explicar tudo de novo”, ressalta.
O segurança chamou pelo supervisor da casa que, segundo Filipe, chegou de forma grosseira. “Ele me levou na frente de uma placa e disse, ‘você tem escolaridade suficiente pra poder ler isso aqui?’. Na hora eu fiquei sem reação e fui mostrei a postagem que a Wood’s havia feito e várias pessoas comentando que também ligaram na casa pra saber sobre a questão da bermuda e todos dizem que a casa disse sim, que poderia entrar”, diz. Segundo ele, após mostrar a postagem o supervisor disse: “já não suporto viado. Ainda mais burro”.
“Eu disse que chamaria a polícia e, rapidamente, liberaram minha entrada. Eu comecei a chorar de nervoso”, conta Filipe.
Filipe conta que as agressões não cessaram. “Um pouco mais tarde, já dentro da casa, eu e meus amigos presenciamos mais um ataque de homofobia. Os seguranças estavam rindo e debochando das drags queens que estavam ali pra poder prestigiar o show”, relata.
Ele conta que também sofreu outra agressão no interior da casa. “Na hora de ir ao banheiro, havia uma fila indiana para acesso aos caixas. Uma desorganização total. Até que os seguranças chegaram, empurrando as pessoas, inclusive eu. Eu questionei se ele tinha educação e os seguranças, conversando entre eles disseram ‘não aguento mais ver tanto viado’”, conta.
Filipe afirma que vai buscar seus direitos na Justiça. “Não me bateram, mas, palavras machucam mais. Toda vez que me lembro do que aconteceu, fico nervoso. Eu tentei entrar em contato com a Wood’s depois do acontecimento, mas não tive retorno. Agora vou lutar contra essa atitude deles”, afirma.
Outros relatos
Pelas redes sociais é possível ver diversos comentários de usuários relatando problemas parecidos no interior da Wood’s. “O lugar é um lixo, e o gerente pior ainda! Seguranças sem o menor preparo e respeito. Esse lugar é caso de polícia! As coisas que aconteceram lá não podem ficar por isso mesmo!”, disse um usuário.
Wood’s
Entramos em contato com a casa de shows, porém, ainda não há um posicionamento sobre o fato.
