Vigia era obcecado por crianças e tinha ‘mania de perseguição’; crime foi premeditado, diz polícia

Vigia morava sozinho

Está aberto o inquérito para descobrir o que motivou o vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, a atear fogo em crianças em uma creche em Janaúba, no Norte de Minas, na última quinta-feira (5). A Polícia Civil já tem a informação que Damião sofria de transtorno mental e que descobriu após uma consulta com psicóloga.

Os problemas relacionados à saúde mental foram descobertos em 2014 e o vigia foi encaminhado para realizar tratamento psiquiátrico. Porém, não há registro de nenhuma consulta com o especialista, nem mesmo uso de medicação para amenizar os efeitos. Pelo fato da ação de Damião ter sido executada com organização, acredita-se que ele não estava em surto psicótico no momento do crime. Com isso, o crime foi premeditado.

O transtorno sofrido pelo vigia não o impedia de realizar funções profissionais, como a que exercia na creche, visto que ele não ficava agressivo. De acordo com as investigações Damião acreditava que estava sendo perseguido a todo instante, até mesmo por sua mãe. A apuração indicou que ele era obcecado por crianças.

Na casa de Damião foram encontrados galões com combustível, que seguem sendo analisados pela perícia. Também foi apurado que ele marcou simbolicamente a data, pois há três anos seu pai faleceu. Ele disse à família, na última terça-feira (3), que daria um presente à família, pois iria morrer.

As investigações continuam para definir o real motivo que levou Damião a cometer tal atrocidade. Estão sendo realizadas novas perícias e testemunhas serão ouvidas no decorrer da análise do caso.

De acordo com o Delegado Regional de Janaúba, Bruno Fernandes, que coordena as investigações, “para a Polícia, não há dúvidas em relação à motivação fútil do crime. Ele queria apenas chamar atenção e, além da autoimolação, desejava vitimar o maior número de inocentes”, afirmou.

O ataque feito por Damião à creche Gente Inocente deixou, até o momento, 41 pessoas feridas, sendo algumas em estado gravíssimo, e nove mortos.

Da PCMG

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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