Quarenta e oito horas. Esse foi o prazo dado pelo juiz federal Sérgio Moro nesta sexta-feira, dia 13, ao ex-presidente Lula para que ele entregue os originais do aluguel do apartamento que fica vizinho ao que ele mora em São Bernardo do Campo ( SP).
No final do mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou que a veracidade das cópias dos recibos entregues pela defesa de Lula fosse verificada. Em dois recibos teriam sido inseridas datas que não existem: 31 de junho de 2014 e 31 de novembro de 2015.
O MPF acusa o ex-presidente de receber vantagens indevidas oriundas de fraudes em contratos da Petrobras e o apartamento seria uma delas. O processo referente ao apartamento é um dos desdobramentos da Operação Lava Jato. De acordo com as investigações da força-tarefa, o ex-presidente seria o verdadeiro dono do apartamento e Glauco da Costamarques, que também é réu no processo e consta como proprietário do imóvel, seria na verdade um ” laranja”. Costasmarque é sobrinho do empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula e preso na Lava Jato.
Sérgio Moro rejeitou na mesma decisão o pedido da defesa de Lula para que fosse agendada uma audiência formal para a entrega dos recibos com a presença de um perito. Em sua decisão, ele argumentou que “a defesa tem a posse dos recibos e pode extrair cópias antes de entregá-los, o que já é medida suficiente para prevenir qualquer chance de adulteração superveniente, ainda que seja surpreendente que isso seja aventado pela defesa”.
Segundo as investigações, o apartamento teria sido alugado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, para ser usado pelos policiais responsáveis pela segurança do então presidente. Após deixar cargo, Lula decidiu assumir a locação do imóvel, que tinha como locatária a ex-primeira dama Marisa Letícia.
Os advogados de Lula argumentam que os recibos comprovam que o aluguel do imóvel foi uma relação contratual entre a família de Lula e Costamarques.
Da Agência Brasil