Final de “A Força do Querer” deixa internet ansiosa e com muitos memes; provável recorde de audiência

A telenovela “A Força do Querer”, exibida pela Rede Globo, é um sucesso nacional. Entretanto, a trama termina nesta sexta-feira (20) e já está mexendo com os nervos dos brasileiros. Com os melhores índices de audiência desde “Amor à Vida” (2013), a atração caminha para, quem sabe, virar um marco na teledramaturgia brasileira, equiparável a “Avenida Brasil” (2012). Trazendo questões importantes, como identidade de gênero, criminalidade, autodescoberta e empoderamento feminino, o drama de Glória Perez tem se destacado por dar voz a histórias cheias de tabus.

Para esta sexta-feira, bares e restaurantes de diversas capitais estão se preparando para receber os telespectadores da novela.  Nessa quinta (19), em seu penúltimo capítulo, a novela registrou altos índices de audiência. A autora, Gloria Perez, compartilhou os números na internet: ao todo, foram 47,7 pontos de média, segundo dados preliminares. No pico, “A Força do Querer” atingiu 50 pontos. É a melhor marca em anos na Globo. O último recorde da trama foi conquistado na terça-feira, 17 de outubro, com a morte de Irene (Débora Falabella). Na ocasião, foram 46 pontos. Cada ponto equivale a 70,5 mil domicílios na Grande São Paulo.

E durante cada momento da novela, memes e reações das mais variadas foram lançadas na internet. Claro que, diante da enorme expectativa do último capítulo, isso não poderia ser diferente. Acompanhe algumas das publicações:

 

Sucesso

Doutor em Comunicação Social e especialista em sociologia da comunicação e televisão, Gilvan Araujo explica que “um dos motivos do sucesso da trama foi Glória Perez anular as distinções de classe social. Não ficou uma disputa de ricos e pobres. Na novela, ela ressaltou outros problemas que são mais importantes, como a criminalidade por exemplo. Mas algo que não é de uma identidade esteriótipo, negro, pobre do morro. O Rubinho não é negro por exemplo. Então tirou estigmas, abordou conflitos considerados de uma classe baixa (adultério, falta de dinheiro, vícios) e colocou em personagens em classe alta”.

Outra temática bastante presente na novela e que soube ser usada pela autora, foi a questão da transexualidade. “Foi uma estrategia interessante, trabalhar esses tabus como forma de educação e esclarecimento. A emissora assumiu uma postura de informação, tentando ser neutra, sem comprar briga em nenhum dos dois lados, pois gera identificação nas diversas situações apresentadas”, explica.

Opinião do especialista

Gilvan Araújo defendeu em 2016 a tese doutorado “representação e enquadramentos de classes sociais na novela avenida brasil (2012)”. Para ele, uma das principais diferenças entre o enredo de “Avenida Brasil” e “A Força do Querer” é a forma como foram abordadas as classes sociais. “Particularmente, eu gostei mais de Avenida Brasil, porque a classe C (maior classe social do Brasil) foi trabalhada como protagonista da novela. Foi inédito na teledramaturgia da Globo. Era muito claro os suburbanos e a zona sul. Em ‘A Força do querer’, a Glória Perez misturou classes. A zona sul aparece raramente, quando se mostra moradores de Ipanema e Copacabana. Mas não há marcação distintiva das duas classes sociais. Eles se misturam, mas não se aproximam por questões de classes sociais”, afirmou Gilvan.

“Eu olho pra força do querer e penso que foi o que a Globo deu conta de fazer. A Força do Querer retrata realidade dos grandes centros urbanos? Não, não vi ninguém morrendo de bala perdida, não vi ninguém da zona sul indo comprar drogas, não mostra de onde vêm as drogas que abastece os morros. O morro continuou com o estereotipo de que lá é lugar de tráfico de drogas. Ainda assim, é uma tentativa de fazer refletir. A telenovela é entretenimento, é contar uma historia. Não é documentário, nem jornalismo”, afirma Gilvan Araújo.

Eliza Dinah

Jornalista e redatora do portal Bhaz

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