Presidente do Tribunal de Justiça assume o governo mineiro na segunda

Veronica Manevy/Imprensa MG: Fernando Pimentel e Herbert Carneiro durante encontro em 2015

Com a viagem do governador Fernando Pimentel (PT), de seu vice, Antônio Andrade (PMDB), e do presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (PMDB), ao exterior, neste final de semana, o presidente do Tribunal de Justiça de Minas, desembargador Herbert Carneiro, irá assumir o governo na próxima segunda-feira. O desembargador ficará como governador até terça-feira (14). Conforme prevê a legislação, ele é o terceiro na linha sucessória.

Pimentel e Adalclever irão para a Colômbia, onde, em Medellin, tida como uma das cidades mais inovadora do mundo, conhecerão as novidades em transporte e segurança pública. O destino de Antônio Andrade, que está rompido com o governador, não foi revelado.

A ideia é homenagear o presidente do Tribunal e reafirmar o entendimento que prevalece, hoje, entre os três poderes do Estado. Na quarta (8), Pimentel visitou Herbert Carneiro, na sede do TJMG, onde discutiram a “transição”. Em dezembro de 2015, o então presidente do TJMG, desembargador Pedro Bitencourt Marcondes, também assumiu interinamente o governo por três dias.

Foi na gestão de Bitencourt, que o governador recorreu aos depósitos judiciais para cobrir rombo nas contas públicas. Antes que o Supremo Tribunal Federal vetasse a medida, o governo mineiro chegou a gastar R$ 4,8 bilhões dos depósitos judiciais, que é o fundo das demandas judiciais de terceiros.

Pimentel dá mais um passo para segurar PMDB

O governador Fernando Pimentel (PT) reafirmou a aliança com a bancada federal do PMDB, durante almoço no Palácio da Liberdade, nesta sexta (10). Participaram do encontro quatro dos seis deputados federais: Fábio Ramalho, Mauro Lopes, Newton Cardoso Jr. e Saraiva Felipe. Leonardo Quintão não foi por compromissos pessoais e Rodrigo Pacheco, por razões políticas, já que apoia a candidatura própria do partido para as eleições de governador em 2018. Ainda assim, todos foram convidados.

De acordo com Fábio Ramalho, por razão eleitoral e de sobrevivência das bancadas estadual e federal, o melhor caminho seria a aliança com o PT. O presidente estadual do PMDB e vice-governador, Antônio Andrade, que está rompido com o governador, defende candidatura própria, da qual Pacheco seria o pré-candidato.

Por conta desse racha, os deputados que defendem a aliança com o PT de Pimentel foram a Brasília para encontro com o presidente nacional do partido, senador Romero Jucá. Fizeram a defesa da aliança e solicitaram que Jucá não interfira no rumo estadual. Protocolaram até carta nesse sentido, assinada por cinco dos seis deputados federais e cinco dos 13 deputados estaduais.

Contra o risco de interferências, Ramalho ainda foi ao presidente Michel Temer (PMDB), que, segundo ele, adiantou que não irá interferir, mesma posição que teria sido manifestada por Jucá. “Temer não fez objeção, e o Jucá disse que não vai atrapalhar a bancada. Fará o que ela quiser, para ajudar os deputados”, disse Ramalho, que é também vice-presidente da Câmara dos Deputados.

Temer impõe racha no PSDB

O PSDB entrou em parafuso e em um quadro irreversível de um diagnóstico próximo ao de uma falência múltipla dos órgãos com a decisão de destituir Tasso Jereissati da presidência nacional. O senador Aécio Neves, presidente licenciado, e seu grupo político que tomaram a medida drástica, podem até sobreviver, derrotar o de Tasso Jereissati na convenção de 9 dezembro, para, depois, morrer num abraço de afogados com o governo Temer.

A destituição de Tasso reproduz a briga interna entre os que apoiam Temer e os que defendem o rompimento. Ora, se a divergência não pode ser resolvida no debate, no voto, vai no enfrentamento. Há um lado dos tucanos que está chamando o ato de “golpe dentro do golpe”, referindo-se à mesma articulação que destronou a ex-presidente Dilma (PT) do cargo. Ou seja, Aécio e Temer estariam juntos também nessa decisão que tirou Tasso da presidência.

Se Tasso vencer a convenção, o PSDB terá que deixar o governo Temer, onde ocupa quatro ministérios. Se perder, o desembarque será adiado para o ano que vem.

Aécio, que estava licenciado do cargo, reassumiu a presidência e, em seguida, nomeou o tucano paulista Alberto Goldman como interino. O argumento do senador mineiro é o do equilíbrio, da igualdade de condições, já que Tasso vai disputar a eleição para presidente do PSDB com o governador goiano Marconi Perilo. Sendo assim, Aécio e seu grupo podem até sobreviver, mas o partido deverá sucumbir. Afinal, como irá para a eleição presidencial do ano que vem sem unidade interna? Está rachado de vez e, futuramente, menor na personalidade e no tamanho.

Muito provavelmente, a ala perdedora deverá buscar abrigo em outro partido. Vamos ver agora como essa crise nacional vai se refletir na convenção estadual deste sábado para decidir o comando do PSDB mineiro. Se o senador Aécio Neves não quer perder o nacional, imagina aqui no estado, onde definirá seu futuro político e eleitoral no ano que vem.

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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