Ainda inconformados com a aprovação do Projeto de Lei 378, que retira benefícios dos servidores de Belo Horizonte, professores reuniram-se em assembleia na Associação Mineira dos Médicos, na região Central da capital. Inicialmente o ato aconteceria na porta da Prefeitura. Porém, com o tempo chuvoso, o local foi alterado, nesta terça-feira (21).
Em entrevista ao Bhaz, Luiz Bittencourt, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-Rede BH), afirmou que, mesmo após a aprovação do PL, a categoria ficará unida. Ele também destacou a forma “conturbada”, conforme classifica, que tanto a Câmara quanto o Executivo conduziram o projeto. “Tentamos o diálogo, mas, mesmo assim, o governo apresentou uma emenda que retira os direitos da nossa categoria”, disse. Nas redes sociais, a categoria está levantando a #VetaKalil378.
Durante a assembleia, algumas professoras se pronunciaram, como Diana Silva. Ela afirmou que, durante a entrada dos servidores na galeria da Câmara, ontem, um deles começou a ser agredido. No momento em que ela, junto com outras mulheres, começou a defender o homem, foram insultadas por um segurança. “Um deles tentou chutar minha perna para eu cair e quis me dar um golpe no pescoço. Se não bastasse isso, foi até meu ouvido e disse que sou vadia”, afirmou, indignada.
Após o ocorrido, ela comunicou o fato aos responsáveis pela Câmara Municipal e o segurança foi retirado do local. A professora também foi à Polícia e fez um Boletim de Ocorrência (BO). “Estava lutando por meus direitos. Minha intenção é fazer com que aqueles seguranças entendam que nós, mulheres, podemos ficar em qualquer lugar. Inclusive na luta”, afirmou a professora, que há nove anos está na rede municipal de educação da capital.
Outra denúncia feita pelos professores é que os vereadores colocaram o máximo possível de assessores para impedir a entrada dos servidores. “Tentaram fazer a mesma coisa que realizaram no Rio de Janeiro, mas não conseguiram”, disse Wanderson Rocha, diretor do Sind-Rede BH.
O próximo passo da categoria será realizar uma campanha para que o prefeito Alexandre Kalil (PHS) vete o projeto. “Iremos realizar atividades nas comunidades escolares para mobilizarmos os responsáveis pelos alunos. Todos precisam saber do que trata este projeto e o quão ele é prejudicial. Não podemos aceitar vereadores trocando nossos direitos por requerimentos para asfalto e revitalização de praças. O prefeito errou e os vereadores o acompanharam”, conclui Wanderson. Será definida ainda uma data para a categoria realizar a greve.
“Não tem arrego, você tira meu direito e eu tiro seu sossego”. Esse será o grito de guerra dos profissionais da educação na luta pelo restabelecimento de seus direitos. Além da aprovação do PL 378, os professores estão indignados com a alteração dos critérios para a eleição dos diretores das escolas. Se antes o tempo era de dois anos de mandato, sem direito à reeleição, agora, caso a chapa seja invertida, eles poderão repetir a gestão.