Mãe denuncia transfobia em escola; ‘expulsou minha filha trans de 13 anos’

O relato de uma mãe denunciando um caso de transfobia em uma escola tem repercutido nas redes sociais. A mulher resolveu usar o Facebook para desabafar contra a a instituição nessa terça-feira (21). Segundo ela, a Escola Educar Sesc, de Fortaleza (CE) não tem garantido à filha trans dela, de 13 anos, direitos estabelecidos pela lei. Além disso, a escola teria expulsado a adolescente, que estudava no local desde que tinha 2 anos. O relato já foi compartilhado mais de 22 mil vezes.

Na postagem, a mulher conta que a escola já não vinha respeitando a resolução número 12/2015, que garante o reconhecimento e adoção do nome social em instituições e redes de ensino. A norma também garante o uso do banheiro de acordo com a identidade de gênero.

“A escola desrespeitava o nome social, colocando o nome civil em todos os registros, tais como frequência, avaliações, boletins, a submetendo ao constrangimento. O banheiro feminino também lhe foi negado, com a recomendação que usasse o banheiro da coordenação”, diz.

Caso de transfobia em escola mobiliza internautas (Reprodução/Street View)

Ela conta que, além dos constrangimentos, houve também prejuízos morais e financeiros. “Impediram de pegar a carteirinha de estudante com o nome social, porque se negaram a confirmar a matrícula dela, o que causa danos morais e também financeiros, uma vez que ela não pode exercer seu direito à meia”, afirma.

Em seu momento de revolta, a mãe conta que na tarde dessa terça, a escola decretou que a jovem não estudaria mais no local. “No cúmulo da transfobia, me chamaram pra uma reunião e recomendaram que nossa família procurasse outra escola. Uma que possa atender ‘as necessidades’ dela. Admitiram que ela é uma ótima aluna, com boas notas e comportamento, mas não vão fazer a matrícula dela para o ano de 2018”, explica.

“Quando eu questionei a ação, nos escorraçaram: ‘nos acompanhem, já terminamos a reunião’. Lara e nós, pais, nunca nos sentimos tão constrangidos, humilhados, diminuídos e desrespeitados”, acrescenta.

Escola

A mãe relata que escolheu a Escola Educar Sesc para a filha por acreditar no projeto pedagógico construtivista e inclusivo do local. “Desde cedo, minha filha teve oportunidade de conviver com as mais diversas crianças: autistas, down, portadores de deficiência física etc. Onde ela cultivou todas as suas amizades, nos deu a decepção mais amarga. Mas transformaremos esse gosto azedo em força para lutarmos por Justiça”, afirma.

Confira o relato na íntegra:

Segundo a mulher, um boletim de ocorrência foi registrado junto à Polícia Militar. Além disso, um protesto contra a ação da escola está sendo organizado pela mãe. “Vamos até as últimas consequências. Pela Lara e por todxs que virão depois dela”.

A escola divulgou uma nota por meio do Facebook para falar sobre o caso.  No comunicado, a instituição dizia que repudia atitudes de preconceito. No entanto, o material foi apagado e um novo texto foi publicado. Nele a escola se desculpa. Confira a postagem no Facebook com a nota da instituição:

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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