Sindicato acha inviável ação de Kalil no Anel Rodoviário; consultor de trânsito prefere aguardar

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Imagem ilustrativa (Divino Advincula/PBH)

“É uma medida populista”. Desta forma Luciano Medrado, responsável pelo departamento de Relação com o Mercado do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Setcemg), classifica as possíveis intervenções da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) no Anel Rodoviário.

Ao Bhaz, Luciano afirmou que o desejo da PBH de restringir a circulação de veículos pesados no trecho que liga o bairro Olhos d’Água à Avenida Amazonas não resolverá o problema no local. “A medida não possui consistência técnica, pois os caminhões não são os únicos causadores dos acidentes”, afirmou.

Diariamente, passam pelo Anel cerca de 160 mil veículos. Entre eles, Luciano conta que 12% são caminhões. “Restringindo os de carga pesada aumentará a circulação de automóveis e motocicletas e são elas as causadoras da maioria dos acidentes no local”, relatou.

Se Luciano acha a medida inviável, o engenheiro e consultor em transporte e trânsito Osias Baptista prefere aguardar os resultados dos estudos. “Estou evitando falar sobre o assunto, pois não acho sensato dar opinião técnica em algo que não sou responsável. Não conheço o estudo e menos ainda o que eles apresentarão”, ressaltou.

Ao contrário de Luciano, Osias acha válida a ação de Alexandre Kalil ao tentar resolver a questão. “Quando o Kalil chama a situação para si, o mínimo é que alguém vai ter que fazer alguma coisa. Caso contrário, pessoas continuarão morrendo no trecho”, concluiu. Sobre a inspeção veicular, Osias ressalta que ela deve acontecer e que é garantida em lei. “Não podemos aceitar que os veículos trafeguem com pneus carecas, freios defeituosos”, opinou.

Um dos fatores que tem contrariado o Setcemg é a não convocação deles para as duas reuniões realizadas. “Somos parceiros, tanto da PBH quanto da BHTrans desde 2008 em assuntos relacionados a logística urbana. Porém, até o momento, não fomos consultados”, conta.

Para Luciano o grande prolema do Anel está em sua geometria e que não cabe ao governo municipal interferir no gerenciamento de uma rodovia. “O Dnit tem função operacional das ações, já a ANTT é a regulamentadora. Não cabe ao governo municipal interferir no gerenciamento. Está havendo confusão mental nisso aí”, diz.

Ele acredita que devem ser retirados os gargalos existentes no Anel, assim como as saídas das marginais para os bairros devem ser melhoradas. “Restringir a circulação de caminhões é mudar o problema de lugar”, opina.

Para Luciano, melhor seria se Alexandre Kalil realizar uma ação política para viabilizar o projeto do Dnit para o Anel Rodoviário. “O projeto do Dnit é muito bom, pois melhorará a sinalização e o aporte tecnológico. O Kalil precisa mobilizar a bancada mineira em Brasília para pressionar a execução desta obra. Precisamos de um Anel conectado para proporcionar melhor dirigibilidade e contribuir na fiscalização. Somete a Polícia Rodoviária Federal não consegue executar esta ação. Para isto, ele precisa dialogar com o Dnit. Essa é a solução”, concluiu.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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