Economistas dão dicas de como fazer planejamento financeiro para 2018

Divulgação/EBC

Com a chegada do final do ano, é normal que as pessoas comecem a repensar sua situação financeira, tanto pessoal quanto familiar. Segundo pesquisa realizada recentemente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas aumentou em 0,4 ponto percentual durante o mês de novembro. Um novo balanço, mostrando os dados de dezembro, deve ser divulgado este mês.

Entretanto, o estudo mostra também um recuo no número de famílias inadimplentes. O que foi feito? O que foi gasto? Como se livrar das dívidas? Como prever os prejuízos? Essas e outras perguntas são repetidas com frequência neste momento. Para ajudar a repensar o planejamento econômico e se preparar para o ano que se aproxima, o Bhaz conversou com dois economistas. As dicas você confere a seguir:

Poupar e priorizar

Para o economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais, Adriano Miglio, o momento é de evitar os gastos em excesso e priorizar as dívidas maiores. “É aconselhável que se tenha uma sobra para emergências, principalmente as pessoas que receberam o 13º salário. Esse dinheiro extra pode ser essencial para investir e quitar dívidas de alto valor”, explica.

Segundo o economista, é ideal que as pessoas se preparem para o início do ano. Pois, com os primeiros meses, vêm também dívidas como IPTU, IPVA, material escolar, matrículas, seguros etc. “É preciso prever os gastos e dar prioridade àqueles que podem ser mais prejudiciais e com taxas de juros mais altas. Em seguida, os que podem ser parcelados e, por último, os negociáveis”, elenca.

Ele esclarece, ainda, que é importante insistir na negociação. “Não é vergonha chorar desconto. Pesquise bem o preço, não gaste mais do que recebe, não compre por impulso e não aceite o primeiro preço”. Ele lembrou, ainda, que os bancos tendem a apresentar propostas que os beneficiam. “Portanto, sempre tente alcançar um acordo. Principalmente neste início de ano, um período com muitos feirões de negociação”, afirma.

Investir, mesmo que pouco

Segundo o professor de Ciências Econômicas Paulo Feitosa, é importante aplicar dinheiro para tentar obter lucro, mesmo que pouco. “O dinheiro não pode ficar parado. É bom aplicar em poupança, mas, melhor ainda, é investir em Tesouro Direto. O dinheiro rende bem, é uma aplicação estável e sem Imposto de Renda. Portanto, pesquise e converse com o gerente do banco para encontrar um investimento. Afinal, dinheiro na mão é vendaval”, ressalta.

Inadimplência

Apesar da alta do percentual de famílias endividadas, a proporção daquelas com dívidas ou contas em atraso atingiu 25,8% do total. Segundo a CNC, em 76,9% das famílias brasileiras que possuem dívidas, o cartão de crédito permanece como a principal forma de endividamento, seguido de carnês (16,7%) e financiamento de carro (10,4%).

Sendo assim, o professor explica que é preciso não se encantar com promoções e ofertas. “Para evitar de se endividar, o ideal é fugir de propostas mirabolantes que estão muito além da variação de preços. Inclusive, isso vale para ofertas de crédito, que podem aumentar ainda mais o rolo de dívidas. Às vezes, as pessoas acham que estão resolvendo um problema pegando crédito, mas estão, na verdade, duplicando um erro. Fique atento às taxas de juros”, ressalta.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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