Professores protestam em BH para pedir cumprimento de acordo salarial

Professores recusaram proposta do governo de parcelamento dos valores atrasados

Trabalhadores da Educação promoveram dois atos para demonstrar insatisfação com o governo estadual em razão do não pagamento do piso salarial, uma promessa de campanha do governador Fernando Pimentel (PT) e que faz parte de acordo salarial com a categoria. Com o lema “Acorda, governador!”, grupos se reuniram na manhã desta quinta-feira (22) e queimaram pneus em frente à Cidade Administrativa, fechando a MG-020, antes das 7h.

Outro grupo se aglomerou na porta do Palácio da Liberdade para um café da manhã como forma de chamar a atenção. O ponto alto do lança é pão com mortadela, que se transformou um dos símbolos dos militantes do PT, partido de Pimentel. Além do pagamento do piso salarial, os trabalhadores reivindicam o fim do parcelamento dos salários e do 13º e melhoria no atendimento do Instituto de Previdência dos Servidores de Minas Gerais (Ipsemg).

À tarde, no pátio da Assembleia Legislativa de Minas, os educadores se reúnem para discutir os rumos do movimento.

Divulgação Sind-Ute

Veja nota do Sind-Ute:

Em 2015, após sete anos de lutas pelo pagamento do Piso Salarial, três grandes e intensas greve, dois acordos descumpridos pelos governos, finalmente, a categoria conquistou uma lei estadual com a política do Piso Salarial Profissional Nacional.

A Lei Estadual 21.710/15 garantiu o pagamento de vencimento básico e não mais o subsídio, os reajustes anuais do Piso e estabeleceu uma política de pagamento e incorporações de abonos para que, em julho de 2018, finalmente, o Governo de Minas pague o Piso Salarial.

Desta forma, a categoria aceitou um processo de longo prazo, abriu mão, naquele momento, de várias outras questões salariais e de carreira com o objetivo de conquistar o Piso Salarial. Importante destacar que ao conquistar uma lei, seria possível evitar o desgaste de iniciar a mesma luta a cada ano, garantindo uma política permanente.  No entanto, contrariando a legislação estadual e o próprio acordo assinado, o governo estadual acumulou dois reajustes (2017 e 2018) sem o pagamento à categoria. 

Se forem consideradas as recentes decisões sobre parcelamento do 13º salário, adiamento do ano escolar, escalas de pagamento, suspensão das nomeações de concurso, além do não cumprimento dos reajustes do Piso Salarial e outras questões dos Acordos assinados, conclui-se que a posição do governo foi a de não realizar mais negociação com a categoria.

Foi com este contexto, além dos limites impostos pela legislação eleitoral, que o Conselho Geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) convocou a primeira assembleia estadual já para o primeiro mês do ano escolar e com indicativo de greve, no dia 8 de março.

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!