Meu Duelo de MCs

Diogo Dias/Facebook

Sexta-feira. Fim de tarde. Ou inicio da noite. Tanto faz. Centenas (ou seria milhar?) de jovens da região metropolitana de Belo Horizonte se encaminham para o centrão da capital. Mais especificamente para debaixo do viaduto Santa Tereza – no palco ali montado. É sexta-feira, noite do tradicional Duelo de MCs. Evento esse que desde 2007 toma de assalto o baixo centro, promovendo trocas singulares entre público e rappers.

Fiquei de aproveitar o Duelo do dia 15 de julho. Saí do trabalho às 19 horas e me encaminhei pro duelo, encarando o tráfego caótico da noite de sexta-feira. Cheguei lá e o viaduto estava relativamente vazio. Aliás, vazio dentro das possibilidades do lugar. De todo modo, não era de se esperar que dentro de uma hora o lugar iria ficar apinhado de gente.

O duelo é organizado pela Família de Rua – coletivo embasado na cidade – e que há tempos monta e fortalece a cena hip hop de BH, transformando-a em protagonista no cenário nacional. Também foi assim criando público para os eventos da Família de Rua, principalmente para o popular Duelo de sexta feira.

Uma das coisas boas de frequentar o baixíssimo centro é que lá as coisas são bem mais baratas. Sentei numa birosca, enquanto esperava o Duelo começar, e paguei R$6,50 no litro de cerveja. Bem mais barato do que no meu bairro, onde a 600 ml fica por volta de R$8,00. Mas não vim aqui pra beber, vim pra trabalhar. Então, um litrão já é o suficiente. E pela batida que ecoava no ar, o Duelo já tinha começado.

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Jéssica Munhoz/Bhaz

Cheguei numa batalha feminina. O viaduto estava transformado, cheio toda vida. Brancos e negros, playboys e gente de luta, todos misturados. Frequentadores assíduos do Duelo acompanhavam as rimas, que procuravam mostrar quem era o melhor MC. BH é uma cidade que pegou gosto pelo rap.

O Duelo continuou a todo vapor até às 22 horas, horário estipulado pela polícia como limite sonoro. Engraçado é que a região não é residencial, difícil supor quem se magoaria com os decibéis das caixas de som, montadas no palco. Bem, de todo modo, é a lei do silêncio, direito sagrado para se viver na cidade. Não é mesmo?

Os MCs se alternavam no palco, em batalhas eliminatórias. Muita polêmica com a passagem do rapper Cris para a final da noite. Na comunidade do evento no Facebook, várias pessoas reclamavam de uma possível forja de resultados. Difícil de acreditar, sendo que o público é parte determinante do resultado do Duelo.

De toda forma, eu tinha que ir embora. No dia seguinte eu iria numa quadrilha. Daquelas juninas, só que em julho. Final de semana cultural o meu. Ou às vezes eu tava nessa só pela folia. Vai saber, né? A cultura vive de vários modos possíveis. A saber qual nos agrada mais. Mas sempre respeitando o coleguinha. Combinado?

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