Pimentel libera R$ 26 milhões para combate à febre amarela em Minas Gerais

Pimentel libera R$ 26 milhões
Pimentel assina despachos para priorizar investimentos em ações de combate ao surto de febre amarela Carlos Alberto (Imprensa/MG)

O governador Fernando Pimentel (PT) determinou nessa sexta-feira (13) como prioridade do Estado o investimento de R$ 26 milhões em ações de combate e prevenção à febre amarela. Durante um seminário realizado no Vale do Mucuri, o chefe do Executivo assinou dois despachos que definem medidas para o enfrentamento ao surto da doença nos municípios das unidades regionais de Saúde de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni.

A assinatura das medidas ocorre no mesmo dia em que o governador decretou situação de emergência em Saúde Pública Regional nos 152 municípios que integram a área de abrangência dessas unidades regionais. Essa providência permite a aquisição pública de materiais e a contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da doença.

Segundo boletim divulgado na sexta-feira pela Secretaria de Estado de Saúde, somente neste ano já foram notificados 133 casos suspeitos de febre amarela, dos quais 20 são casos prováveis da doença. Foram notificados 38 óbitos suspeitos. Entre as mortes registradas, três ocorreram em Caratinga, outras três no município de Ladainha e o restante nas cidades de Ubaporanga, Ipanema, Itambacuri e Malacacheta.

No mesmo decreto publicado na última edição do Diário Oficial de Minas Gerais, Pimentel instituiu um órgão executivo — a chamada Sala de Situação — para monitorar os casos da doença no Estado. Essa estrutura será coordenada pela Secretaria de Estado de Saúde.

Em outra frente, a Polícia Militar de Minas Gerais disponibilizou 12 técnicos de enfermagem para auxiliar no trabalho de vacinação da população. Desse total de agentes, quatro serão destinados à região de Caratinga e oito para Teófilo Otoni. Além disso, a corporação disponibilizou cinco veículos do Batalhão de Meio Ambiente e Trânsito que já atuam na região para as equipes das secretarias estadual e municipais de saúde transportarem as doses para imunização.

“A febre amarela, que o Brasil julgava erradicada há 70 anos. Se manifesta outra vez e mostra muita força nessa região aqui em Minas Gerais. É uma preocupação muito grande que nós temos para evitar que essa situação, que hoje é de atenção, não vire de emergência. As providências já estão sendo tomadas. Mas nós não podemos esmorecer e não podemos vacilar. Hoje, essa é a mais importante questão para o governo do Estado”, destacou.

Ainda de acordo com Pimentel, apesar do momento de dificuldades financeiras enfrentado pelo Estado, o Governo de Minas Gerais não vai poupar recursos no combate à doença.

“A febre é uma doença com alto grau de letalidade. Então, a melhor forma de enfrentar é a vacinação, que é o que estamos fazendo agora em massa nos municípios em que a doença foi detectada. Temos que redobrar os esforços, não poupar recursos, não poupar tempo nenhum. O desafio que está posto é muito grande. E para enfrentar e vencer nós vamos precisar trabalhar muito e é por isso que eu fiz questão de vir aqui pessoalmente. Estou dedicando todo o meu tempo e o da minha equipe agora para essa questão”, completou Pimentel.

Belo Horizonte

A capital do estado, Belo Horizonte, não tem nenhum caso suspeito de febre amarela até agora, mas está recebendo pacientes do interior, que estão internados no Hospital Eduardo de Menezes, vinculado à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e conveniado com o Sistema Único de Saúde (SUS).

A prefeitura de BH reforçou o combate ao mosquito Aedes Aegypti – transmissor da doença em áreas urbanas – no entorno do hospital para evitar que os pacientes sejam picados e o vírus se espalhe.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que toda a área passou por uma vistoria. “Também foi realizada uma ação de pente fino em toda área adjacente, por um raio de 200 metros, principalmente na área de vila de extensão do córrego Bonsucesso.”

Neste sábado (14), a secretaria fará uma aplicação de inseticida, popularmente conhecido como “fumacê”. Também estão sendo instaladas ovitrampas, uma armadilha com odor que atrai a fêmea do mosquito e possibilita avaliar a concentração de ovos do Aedes aegypti.

Na segunda-feira (17), serão instaladas telas com inseticida nas alas do hospital que recebem os pacientes com suspeita da febre amarela.

Transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya, o Aedes aegypti é o vetor da febre amarela em áreas urbanas. Desde 1942, o Brasil não tem registro de transmissão da doença nas cidades. No meio rural e silvestre, a febre amarela é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Todos os casos suspeitos em Minas Gerais, até o momento, são considerados de transmissão silvestre.

Com Agência Brasil

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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