Três pavilhões da penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, foram tomados por uma rebelião. O motim teve início na tarde dessa segunda-feira (16) e foi encerrado na madrugada desta terça. Pelo menos seis celas teriam sido danificadas pelos detentos. Colchões foram incendiados em protesto contra a troca da direção da unidade. O patrulhamento policial precisou ser intensificado na área e familiares dos presos se reuniram na portaria para tentar descobrir do que se tratava a movimentação no local.
Um vídeo que circula pelas redes sociais e pelo WhatsApp mostra os detentos dentro da cadeia. Na gravação, eles fazem ameaças e dizem que estão dispostos a matar e a morrer. “Vai virar um inferno, vai morrer gente”, diz um deles. “Vai derramar sangue. O ‘seu’ Rodrigo Machado tem que cair”, completa outro em referência ao novo diretor escolhido para comandar o presídio.
Segundo a Polícia Militar (PM), os presidiários colocaram fogo nos colchões e os lançaram no pátio. No entanto, nenhum dos envolvidos conseguiu sair das celas.
A PM informou ainda que houve um processo de negociação com os detentos e que a situação foi controlada por volta das 2h30. Militares do 40º Batalhão, responsável por atender a área, vão continuar em patrulhamento nas redondezas. A ação deve ser finalizada quando a direção do presídio julgar necessário.
Durante o motim, policiais da Tropa de Choque entraram na penitenciária e disparos de balas de borracha puderam ser ouvidos do lado de fora. Quem passava pelo local também se assustou com a grande quantidade de fumaça vista na unidade, além das incontáveis viaturas policiais na região.
O secretário adjunto da Secretaria de Administra Prisional, Robson Lucas, negou que o motim esteja relacionado a casos de agressões nas celas, como afirmaram os presos. Ele contou, em entrevista ao Bom Dia Minas, que a antiga direção da penitenciária permitia regalias para os detentos. Com a troca do comando, uma nova postura teria sido adotada. Isso seria o motivo da insatisfação dos detentos.
Já familiares que aguardavam na porta da unidade reclamaram da qualidade da comida oferecida aos presos. Além disso, alegaram que há casos de violência contra os detentos no presídio.
Apesar da confusão, a ocorrência não deixou feridos e nem mortos. Na tarde desta terça-feira (17), o secretário ainda confirmou que os líderes do motim serão transferidos para outras unidades prisionais ainda não definidas do Estado.
Atualizada às 15h20 do dia 17/01/2017
