Kalil diz que União deve R$ 200 milhões à Saúde de BH: ‘Se precisar, o prefeito ajoelha no pé do presidente’

Kalil anunciou que prefeitura fará outra licitação para contratar auditoria

O prefeito Alexandre Kalil (PHS) declarou nesta quinta-feira (8) que cobrará do governo federal um passivo de R$ 200 milhões que, segundo o próprio, deixou de ser repassado à saúde pública de Belo Horizonte em 2016. Ele garantiu que irá se encontrar na próxima semana com o presidente Michel Temer (PMDB) e ministro Ricardo Barros (Saúde), em Brasília, para exigir não só esse repasse como também o reajuste dos valores da dívida.

“Não estamos aqui peitando, ameaçando, não estamos aqui fazenda nada. Se precisar, o prefeito vai lá e ajoelha no pé do presidente da República. Mas não concordamos que se dê um cheque de presente para o Rio de Janeiro de R$ 400 milhões, enquanto que deve R$ 200 milhões para uma cidade que economizou e não fez farra com dinheiro no ano passado”, declarou. Ele se refere ao repasse anunciado, em janeiro último, pelo ministro Ricardo Barros para reduzir as filas de cirurgias eletivas no Estado fluminense.

Segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde, o déficit anunciado pelo prefeito corresponde ao custeio e financiamento dos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde) prestados pelas instituições de saúde do município ao longo do ano passado. Ainda segundo informações da pasta, o Ministério da Saúde repassou ao município, nesse período, R$ 2,2 bilhões, sendo que uma parcela de R$ 200 milhões que estava prevista no orçamento da União não foi executada.

“Além da dívida certa e consolidada, precisamos de um reajuste imediato desses valores, porque a saúde de Belo Horizonte é a saúde de Minas Gerais”, finalizou o prefeito, ressaltando que as unidades de atendimento do município também são responsáveis por suprir a demanda de outras regiões do Estado.

O Bhaz entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas até o fechamento desta matéria não havia obtido um posicionamento da pasta.

Gestão hospitalar

Kalil anunciou ainda, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (8), que irá implantar um “gabinete específico de gestão hospitalar” na Prefeitura de Belo Horizonte. “Será um grupo formado por gente especializada e capacitada para fazer que não só venha mais dinheiro para a saúde, como também que seja melhor executado”, disse o prefeito.

Segundo ele, a partir do início dos trabalhos dessa executiva, será feito “um trabalho intenso de gestão hospitalar”. Nas contas da Secretaria Municipal de Saúde, atualmente há uma fila de aproximadamente 15 mil pessoas na espera por cirurgias seletivas. Uma das frentes desse gabinete, será reduzir a defasagem e a demora de atendimentos desses casos.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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