Mulher é ornamento, ostentação. Quando não está no padrão ostentação, há de ser descartada e sempre foi assim.
– Feminismo é mimimi porque mulher é coadjuvante mesmo e que mal tem nisso? Há de acompanhar o homem e é assim que o mundo sempre foi! É piada, é chacota no buteco não tem jeito, isso é costume!
Mulher é moeda de troca na política, na empresa, na arte, na vida.
– Feminismo. Eu, homem, vou lhe dizer: É muito mimimi, porque minha avó guerreira, mãe de sete, estuprada pelo meu avô toda uma vida, nunca reclamou.
– Feminismo é um baita mimimi cara, só as vagabundas e mal comidas entram nisso.
– As loucas inventam que foram abusadas no trabalho, dentro de casa e na rua, mas isso é modinha.. só pra chamar atenção!
– As feministas querem acabar com a família e não podemos deixar!
Feminismo é mimimi dizem os nunca abusados,
os que nunca sentiram o corpo sendo perfurado,
os que o ouvido não carrega a memória de um sussurro nojento,
ou a temperatura de um corpo não convidado.
Feminismo… é a ideia radical de que as mulheres são gente.
Todas elas! A avó conservadora abusada, a criança abusada, a novinha, a trans, a casada, a pobre, a madame, a preta, a branca, eu e você!
Feminismo é resistência e discernimento, é poder encher o peito de coragem e lhes contar agora que eu também fui abusada. E aposto que se você olhar pra trás vai reconhecer vários momentos de abuso, de diferença salarial, de falta de equidade entre nós e os homens.
Feminismo é a luta diária para que alcancemos equidade de direitos e respeito sobre os nossos corpos.
Feminismo é não mais falar sozinha, mas falarmos juntas e transformarmos o status quo que nos arrasa.
Feminismo, o mimimi.. Isso mesmo: Assunto que salva vidas.
Lidem com ele!
PS: Violência contra a mulher, DISQUE 180.
Luara Colpa é brasileira, tem 29 anos. É mulher em um país patriarcal e oligárquico. Feminista e militante por conseguinte. Estuda Direito do Trabalhador e o que sente, escreve.