O comando e oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais descartaram nesta quinta-feira (16) a possibilidade de paralisação das tropas da corporação no Estado. Nesta semana, uma reunião entre representantes da categoria no legislativo e lideranças de associações discutiu alternativas para o início de uma greve nos mesmos moldes da que levou caos ao Espírito Santo. Apesar disso, o porta-voz da corporação, major Flávio Santiago, acredita que não há adesão suficiente para promover o movimento.
“As lideranças que estão a frente do movimento que sugere a paralisação dos policias estão fazendo o papel delas de contestação. Estão em busca de uma mobilização, mas é importante ressaltar que existe um canal aberto de comunicação com a tropa e entendemos que não há espaço para greve em Minas”, avaliou o major em entrevista ao Bhaz.
Nas redes sociais, a ameaça de greve se transformou em um dos assuntos mais comentados entre mineiros. Entidades como a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra) e a União dos Militares de Minas Gerais (UMMG) fazem coro a um pedido de reajuste salarial e ao fim do parcelamento dos salários da categoria.
Para esta sexta-feira (17), inclusive, está marcada uma reunião com mulheres e outros familiares de policiais a partir das 14h. O encontro na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) tem o objetivo de orientar todos sobre como atuar no movimento. Além disso, existe a expectativa de realização de um ato com servidores da segurança pública em 7 de março também na capital.
Apesar do movimento, o major defende que a tropa está comprometida com a manutenção da segurança no Estado. “A PM deve ser valorizada, melhorias são sempre bem-vindas, mas não houve perda de direitos. O salário é parcelado como ocorre com outros servidores e temos contato com o governo para sugerir mudanças positivas”, pontua.
Associação dos Oficiais da PM é contra paralisação
Diferente da Aspra e da UMMG, a Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (AOPMBM) é contra a paralisação dos agentes de segurança. Segundo a coronel Cláudia Romualdo, representante da entidade, a segurança da sociedade vem em primeiro lugar.
“Nos posicionamos contra a possibilidade de greve, mas as reivindicações por melhorias devem continuar sejam elas quais forem”, explica a coronel. “Estamos nos reunindo para chegar a um denominador comum com as entidades ligadas à PM que são favoráveis à paralisação, mas vivemos em um país democrático. O que não pode acontecer é levarmos um prejuízo para a população. Precisamos respeitar o cidadão de bem, os comerciantes de bem. O Carnaval está chegando e não podemos deixar as pessoas desamparadas”, conclui.