Após os impactos causados no agronegócio brasileiro com os desdobramentos da operação “Carne Fraca“, da Polícia Federal, o Governo de Minas centralizou esforços nesta terça-feira (28) para reafirmar a qualidade da carne produzida no Estado. Em reunião com representantes das cadeias produtivas de bovino no Estado mineiro, no Palácio da Liberdade, o governador Fernando Pimentel (PT) afirmou que nenhum frigorífico mineiro está na lista dos estabelecimentos investigados.
“Compartilhamos as dificuldades e dialogamos sobre os problemas, o que precisa ser mantido. O que podemos fazer agora é agir com tranquilidade e mostrar que Minas é diferente, e que, se a carne for de Minas Gerais, pode ser consumida com tranquilidade”, declarou o chefe do Executivo.
Essa preocupação também foi compartilhada pelo secretário Pedro Leitão (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Segundo ele, as cadeias produtivas de carne no Estado respondem por 44% do PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio mineiro e, por isso, não podem ser prejudicadas pelas infrações cometidas por produtores de outros Estados.
“Precisamos mandar uma mensagem de confiança para o consumidor porque nenhuma unidade industrial em Minas está envolvida na operação, não tem nenhum produto que está sob suspeita. Temos um sistema estadual que funciona muito bem e é elogiado fora e dentro do país”, ressaltou o titular da pasta.
O papel da carne em Minas
Minas Gerais é o terceiro maior produtor de carne do país, sendo que 80% da produção é consumida no próprio Estado. Segundo informações divulgadas pela Agência Minas, somente nos dois primeiros meses de 2017, o Estado exportou US$ 140,8 milhões em proteína animal (bovinos, suínos e aves), equivalentes a 58,8 mil toneladas.
Minas Gerais conta com a atuação do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), responsável pela fiscalização estadual.
‘Carne Fraca’
Deflagrada em 17 de março último, a operação “Carne Fraca”, da Polícia Federal, teve como alvo organizações criminosas liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. O frigorífico JBS e a empresa BRF Brasil estão entre os alvo da ação. As companhias são suspeitas de vender carnes vencidas para todo o Brasil e fora do país.
Segundo a PF, servidores das superintendências regionais do Ministério da Agricultura nos estados do Paraná, Minas Gerais e Goiás “atuavam diretamente para proteger grupos de empresários em detrimento do interesse público”.
Os fiscais se utilizavam dos cargos para, mediante propinas, facilitar a produção de alimentos adulterados por meio de emissão de certificados sanitários sem que a verificação da qualidade do produto fosse feita.
Com Agência Minas